Para traçar tendências e impulsionar ações em prol da diversidade no ambiente de trabalho, a Amcham promoveu na última quinta-feira (28) a 1ª edição do Fórum de Diversidade, em São Paulo.

Foram apresentados casos de sucesso, ações governamentais, além do lançamento de uma cartilha prática para inclusão do tema em pequenas e médias empresas. Confira os principais destaques.

Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos
“O Instituto Ethos tem estimulado muito a agenda da diversidade. Não se pode falar em inclusão social, sem a participação das empresas, responsáveis por 2/3 dos empregos no mundo”.

“Num país como o Brasil, não se pode falar de inclusão sem levar em conta dados sociais de gênero e de raça. As mulheres representem 51% da nossa sociedade, e os negros, 53%. Falar em diversidade é considerar esse mesmo percentual de representatividade nos nossos cargos executivos”.

Adriana Carvalho, assessora da ONU Mulheres
“Para avançar em diversidade, precisamos medir, documentar e publicar os progressos da empresa na promoção do tema”.

“Em termos de população, as mulheres são 50% do planeta. Que elas consigam ser 50% dos espaços de poder e também em todos os aspectos da vida”.

Élida Lauris, secretária executiva do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial, da Juventude e dos Direitos Humanos
“Lutar contra as exclusões que o poder gera deve ser exercitada em todos os espaços”.

A secretária também destacou a importância do Pró-Equidade, programa do governo federal que incentiva as empresas a promover ações de equidade de gênero e raça. “O racismo ainda funciona pela lógica da invisibilidade e não declaração. Há muito que fazer”, observou.

Fabian Gil , presidente da Dow América Latina
“Diversidade não é tratar todo mundo igual, é respeitar as diferenças e criar um espaço de criatividade para pessoas desenvolverem redes internas”.

“Vamos às universidades do interior e pesquisamos por talentos. Se selecionar por ciclo social, perde muito. Capacidade não está associada a nível social”.

Rachel Maia, CEO da Pandora Brasil
“Eu sou a diversidade na empresa que eu trabalho. Atuo no mercado de luxo, já fui CFO da Tiffany e hoje lidero a Pandora. Não faço maquiagem para entrar nos lugares, entro como uma negra, alta e com 1,83m de altura, que sabe falar com propriedade sobre o mercado”.

“Precisamos de exemplos. Sou esse exemplo. Meu bom dia corporativo empodera outros negros, recebo este retorno”.

“Dar exemplos é vivenciar. Eu falo com meu time para que eles absorvam meu olhar, mas também para que eu possa captar também o olhar deles. Preciso absorver a diversidade deles de forma prática e verdadeira”.

Pedro Melo, presidente da KPMG
“Sem a participação do líder, a mensagem da diversidade não chega até embaixo. A agenda deve ocupar percentualmente a agenda do gestor”.

“O primeiro desafio é criar uma cultura em que as pessoas possam se pronunciar, revelar aspectos da sua personalidade”.

“Comportamentos precisam ser alterados no dia a dia. O engajamento tem que ser muito mais amplo do que a fronteira escritório e empresa. Tem que se expandir, porque desse modo não há compreensão e envolvimento total”.

Reinaldo Bulgarelli, da Txai Consultoria e Educação
“Meu lema é: ‘Quem são os diversos?’ Todos”.

“Valorizar a diversidade é a coisa certa a ser feita. Porque, se alguém nos disser que excluir mulher dá dinheiro para a empresa, não podemos aceitar isso”.

“O resultado é uma cultura colaborativa. A diversidade fortalece a colaboração entre as pessoas”.

“Não é só o que a empresa pode fazer pela diversidade, mas o que a diversidade pode fazer pela empresa”.

Fonte: Amcham