Representantes da Walt Disney Company, Microsoft e Unicef abordaram os benefícios do letramento digital para a (futura) carreira de crianças e adolescentes.

Gabriela Goulart Mora, Youth & Adolescent Development Officer no Unicef Brasil, Belén Urbaneja, diretora de Cidadania Corporativa e Gerenciamento de Marca da Walt Disney Company, e Antonio Moraes, diretor de educação da Microsoft, reuniram-se no primeiro dia da Conferência Ethos 360° para propor uma reflexão acerca do tema “Crianças e tecnologia – as oportunidades e os desafios da nova cultura digital.”

“A gente tem essa dificuldade em lidar com o equilíbrio. Mas nós temos que ouvir as crianças e os adolescentes. Eles têm que participar e pensar como produtores de conteúdo”, iniciou Gabriela Goulart. Para ela, há muitos desafios nessa temática: “Primeiro existe o desafio da inclusão, que muitas pessoas ainda não estão conectadas, como as comunidades ribeirinhas e tribos indígenas; segundo a escola, que não tem sido um espaço de educação digital; e há ainda o dilema entre riscos e oportunidades”. Durante o encontro, a executiva apresentou ao público a campanha criada em 2015 pelo Unicef em diálogo com adolescentes “Internet Sem Vacilo”, que trabalha temáticas como relacionamento online, privacidade, busca de informações em sites confiáveis, e a questão do preconceito e da intolerância.

Belén Urbaneja também expôs os principais programas da Disney voltados para o assunto. Um deles é o “Amigos Conectados”, criado em 2012 e implementado no Brasil pelo Instituto das Crianças. A ideia é capacitar e oferecer ferramentas digitais para promover o bom uso das tecnologias, incentivando a discussão entre professores e diretores sobre a cultura digital nas escolas. “Nós temos que estar a par das novas tecnologias e pensar que essas crianças de hoje vão trabalhar em um mercado de trabalho que ainda não se formou. As tecnologias têm um papel muito importante nesse processo”, defendeu.

Outro programa da Disney citado é o “Pixar in a Box” (2015), curso online criado por especialistas da Pixar e que disponibiliza exercícios e atividades interativas para jovens com o uso de matemática e outras ciências para desenvolver os filmes. “Temos que focar no letramento digital. Na Disney, trabalhamos em prol das crianças há mais de 90 anos. Nós acreditamos que podemos, com a força da nossa marca e dos nossos personagens, desenvolver ferramentas, dar escala e potencializar ao máximo o uso das tecnologias para as crianças”, finalizou.

Para Antonio Moraes, o papel do educador nesse processo de aprendizagem digital é de extrema relevância: “A perspectiva da educação no Brasil é desafiadora. A gente está realmente incentivando as crianças a estudar? A escola precisa de uma mudança. A tecnologia por si só não vai resolver o problema, o papel do professor é muito importante”. Além do OneNote, que ajuda no desenvolvimento educacional, a Microsoft tem um programa totalmente gratuito chamado “Office Mix”, em que professores podem criar aulas para usar em sala de aula.

 

Por Júlia Ramos, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes