Ao incluir a comunidade no negócio, a Dahma Urbanizadora causa impactos positivos tanto na esfera social quanto na ambiental e na econômica.

Terceiro caso de negócio sustentável analisado durante a Conferência Ethos 360°, a Damha Urbanizadora faz parte do Grupo Encalso Dahma e atua na construção de habitações de médio a alto padrão. Há três anos, após a decisão de usar os parâmetros da sustentabilidade como estratégia de negócios, a empresa lançou a Associação Bairro Sustentável, que responde atualmente pela gestão desses condomínios diferenciados, presentes em 43 municípios espalhados pelo Brasil.

Fernanda Toledo, gerente de Marketing da entidade, explicou que o nascimento da associação tornou mais fácil o relacionamento entre os públicos: “Quando compramos uma área para construção, procuramos um lugar grande, que geralmente está nas periferias das cidades e exigem processos de licença ambiental que podem levar de um a cinco anos para serem concluídos. Com a Associação Bairro Sustentável, conseguimos nos relacionar melhor com as prefeituras, com as comunidades e também com a iniciativa privada. Isso trouxe velocidade e maior retorno aos negócios”.

A empresa tem se destacado ao propor que seja estabelecida uma conexão com a comunidade do entorno do empreendimento antes do início das obras. A ação começa com um diagnóstico que ouve e coleta as demandas do local. Em seguida, acontecem reuniões comunitárias para alinhar os projetos e, logo após, são organizados mutirões para a realização daquele que foi escolhido. A empresa fornece o material, enquanto a mão de obra vem da comunidade.

O trabalho proativo que traz benefícios para centenas de pessoas e evita conflitos levou a Dahma à conquista do Prêmio Marketing Best Sustentabilidade 2013.

Da banca de análise do negócio, composta por Maria Rita Bueno, da Anjos do Brasil; Arthur Valadão, da Endeavor, e Maria Eugênia Taborda, do Itaú, vieram alguns questionamentos. Dois deles se destacaram: como não se tornar assistencialista e como será mantida a interação entre a comunidade e os moradores do condomínio após a saída da Dahma.

Fernanda respondeu que a diferença entre comunidade e condomínio é que na primeira existe uma sensação de pertencimento e que, no conjunto de novas habitações, os laços estão sendo construídos para que seja igualmente um grupo de pessoas unidas. Isso significa que, sentindo-se donos do lugar, os moradores apoiam a Dahma, porque encontram nela uma firme sustentação para manter o que eles construíram com o próprio esforço. A gerente ressaltou ainda que a empresa continua a relacionar-se com os moradores, colaborando para que a interação se fortaleça, especialmente por meio de um trabalho de conscientização feito com as crianças.

“Esse modelo de atuação da Dahma, que inclui a comunidade do entorno no projeto, não deve ser apenas uma experiência inovadora, mas sim o padrão a ser adotado. Sugiro que a empresa o dissemine no setor da construção civil”, apontou Maria Eugênia.

Veja a cobertura completa do evento em www3.ethos.org.br/ce2014/.

Ludmila do Prado, da Envolverde, para o Instituto Ethos

Crédito: Fernando Manuel/Instituto Ethos