Evento reúne dirigentes, técnicos e voluntários de mais de 100 observatórios sociais do Brasil e representantes de empresas e órgãos públicos.

ETHOS INTEGRIDADE – Entre os dias 26 e 28 de março, em Brasília, a rede Observatório Social do Brasil reuniu, na 6ª edição do Encontro Nacional dos Observatórios Sociais (Enos), dirigentes, técnicos e voluntários de mais de 100 observatórios sociais de todo o país, além de representantes de empresas e órgãos públicos. O encontro é organizado anualmente para promover o debate de metodologias de trabalho, apresentar o balanço das ações realizadas pela rede, promover boas práticas de gestão e firmar parcerias de âmbito estadual e nacional.

O tema desta última edição foi “Todos pela Eficiência da Gestão Pública”, em torno do qual profissionais de diversos setores e especialistas falaram sobre como a gestão municipal pode ser mais eficaz com o uso da legislação como importante ferramenta para atingir esse fim e o estabelecimento de parcerias estratégicas para o controle social no Brasil.

Marina Ferro, coordenadora de Projetos, Práticas Empresariais e Políticas Públicas, representou o Instituto Ethos no Enos. Na última sexta-feira (27/3), ela participou do ciclo de palestras sobre a Lei da Empresa Limpa e suas implicações para o combate à corrupção em nível público e privado. Ela falou sobre o papel do Ethos como organização da sociedade civil e o trabalho que a instituição desenvolve com as empresas para a adoção de práticas que visam a transparência nos mais variados setores. “As empresas representam um importante agente na luta contra a corrupção e, consequentemente, têm condições de promover o desenvolvimento econômico do país num ambiente de negócios mais íntegro”, afirmou Marina.

Também estiveram presentes no encontro representantes da Controladoria-Geral da União (CGU), da Volkswagen, do Centro Internacional de Formação de Atores Locais (Cifal), entidade que promove atividades para capacitação, treinamento e disseminação do conhecimento em gestão urbana, e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), agente de capacitação e promoção do desenvolvimento voltado para empreendimentos de pequeno porte.

Renato Capanema, coordenador-geral de Integridade da CGU, falou sobre o que a Lei Anticorrupção trouxe de novo. Alan Pezzo, gerente executivo da Volkswagen, apresentou o case da empresa e falou sobre como uma organização desse porte desenvolve ferramentas de compliance para o combate a práticas ilícitas em suas cadeias produtivas.

“O ciclo de palestras deu uma ampla dimensão do combate à corrupção na perspectiva de cada ator social envolvido nessa luta e proporcionou aos participantes reflexões sobre como suas respectivas organizações podem criar ferramentas que mirem a integridade, já que o interesse pelo tema e as cobranças da sociedade para o avanço dessa agenda têm sido cada vez maiores”, disse Marina.

O Observatório Social do Brasil é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos, que atua em 96 cidades de 18 estados brasileiros. O foco de suas ações são o gerenciamento e a estruturação de uma rede de observatórios sociais em todo o país, os quais trabalham em favor da transparência e do controle social dos gastos públicos. Voltando-se, sobretudo, para os municípios, essas organizações contam com o engajamento de voluntários na causa da justiça social, que fazem o monitoramento de compras públicas, acompanhando desde as etapas iniciais das licitações até a entrega dos serviços. Suas ações têm gerado uma economia anual de mais de R$ 300 milhões aos cofres públicos.

Por Talitha Paratela, do Instituto Ethos