Companhias debatem as estratégias para diminuir suas emissões de carbono em sua operação, na cadeia de valor e no cotidiano dos negócios.
Seja na hora de avaliar um processo produtivo, realizar as compras da empresa ou gerenciar os resíduos, as empresas têm hoje o desafio de tomar decisões que levem em conta o impacto ambiental. Empresas de diferentes setores da economia apresentaram suas estratégias para reduzir as emissões de carbono durante o painel “Aprimorando a gestão da mudança do clima: exemplos de empresas protagonistas no tema”.
Um exemplo é o do Grupo Carrefour. “Estamos trabalhando para reduzir nossas emissões em 70% até 2050, em relação ao que emitíamos em 2010”, afirma Fernando Careli, gerente de Sustentabilidade do Grupo Carrefour, acrescentando que a companhia lançou no ano passado uma ferramenta de precificação de carbono. “Ao colocar um preço no carbono emitido, tomamos decisões melhores ao escolher as tecnologias que usaremos nas lojas”, diz ele, acrescentando que a ferramenta leva em consideração o uso de iluminação, refrigeração, instalações sanitárias e aquecimento, entre outras. Fernando disse ainda que o Carrefour foi o primeiro a trazer para o Brasil a tecnologia de refrigeração com fluídos refrigerantes naturais.
Já a Natura possui desde 2007 o programa Natura Carbono Neutro. Segundo Keyvan Macedo, gerente de Sustentabilidade da Natura, o objetivo da empresa é chegar a 2020 com 33% menos emissões do que as que eram contabilizadas em 2012. “Temos feito diversos esforços para reduzir ou compensar as emissões que não podem ser evitadas”, diz ele. O programa da empresa é baseado em três pilares: inventário para medição e registro das emissões, redução das emissões na produção e compensação por meio da compra de créditos de carbono de projetos certificados por padrões do mercado voluntário por meio de editais públicos.
A Votorantim Cimentos, por sua vez, é signatária do Low Carbon Technology Partnerships initiative (LCTPi), pacto feito entre indústrias cimenteiras de todo o mundo para a redução das emissões. “Só conseguiremos enfrentar situações como essa, das mudanças climáticas, se trabalharmos com parcerias”, ressalta Patricia Monteiro Montenegro, gerente corporativa de Assuntos Ambientais da Votorantim Cimentos. O documento é formulado pelo WBCSD, conselho do empresariado nas iniciativas de mudanças climáticas e determina metas a serem cumpridas até 2030.
Para Caio Magri, diretor executivo do Instituto Ethos, dar mais transparência às emissões e se preparar para os novos tempos e as exigências do mercado nesse cenário de mudanças climáticas é fundamental para o sucesso das companhias daqui para frente.
Por Adriana Carvalho, para o Instituto Ethos.
Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes