Jorge Abrahão, do Ethos, e Katia Maia, da Oxfam Brasil, conversaram sobre a necessidade de a iniciativa empresarial ajudar a encontrar o equilíbrio na distribuição de renda global.
Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos, contou com a presença de Katia Maia, diretora executiva da Oxfam Brasil, durante a Conferência Ethos 360º para falar sobre a “A desigualdade social no mundo e no Brasil e o papel das empresas em seu enfrentamento”. Abrahão defendeu que “precisamos encaminhar algumas ações que gerem um maior equilíbrio, senão a gente não vai ter essa questão do desenvolvimento sustentável se nós não tivermos uma sociedade um pouco mais equilibrada”.
Para o executivo, as empresas estão começando a perceber a necessidade de juntar esforços pela causa, para que tenhamos uma sociedade mais equilibrada. “Seja por uma questão ética efetivamente, da gente ter que buscar uma sociedade mais justa, seja porque as empresas podem entender que com maior equilíbrio nós vamos ter mais estabilidade social, vamos ter menos instabilidades políticas, seja porque nós vamos estar de alguma maneira também ampliando as possibilidades de ação de mercado das empresas”.
A questão da desigualdade de gênero também foi abordada por Abrahão. De acordo com ele, o Instituto Ethos “tem um dado na nossa pesquisa que, se aproximadamente 5% dos executivos são negros, somente 0,6% são de mulheres negras, e as mulheres negras são 26% da nossa sociedade. Então, a gente vê uma discrepância maior ainda quando a gente aprofunda o tema da mulher. Não são poucas as vezes que a gente tem tratado o tema de gênero e muitas vezes tem sido colocado que é uma questão importante, pelo menos aqui no nosso país”.
Referência nesse tema, a Oxfam Brasil tem mobilizado a sociedade no tocante dessa temática. Durante sua palestra, Katia Maia afirmou que “desde 2000, a maioria da população mais pobre do mundo vem recebendo somente 1% da riqueza global. Quando você pensa nas pessoas mais pobres do mundo, nesses 3,6 bilhões, eles tiveram um aumento de rendimento de US$ 3 dólares nesses últimos anos”. “Nós chegamos num patamar tão grande de desigualdade que precisamos tomar atitudes sobre isso. Apesar de ter havido avanços nos últimos anos, a diferença entre ricos e pobres no Brasil continua sendo impressionante”, concluiu.
Por Júlia Ramos, para o Instituto Ethos.
Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes