carbon-emissions-hit-record-PG56TPA-x-largeA descarbonização é uma realidade cada vez maior no mundo — e só tende a crescer. Isso é o que mostra uma reportagem recém-publicada do New York Times. De acordo com o periódico, bancos de grande relevância mundial, como o Bank of America, o Citi, o JP Morgan Chase e o Morgan Stanley, não vão mais financiar novas usinas de energia cujas operações utilizam o carvão nos Estados Unidos e em diversos países ricos.

Bancos deixam de financiar usinas a carvão nos EUA

O movimento de transição para uma economia de baixo carbono tomou uma força considerável ao longo de 2015, no período que antecedeu a COP21 (Conferência da ONU para o Clima). Depois da conferência, que resultou no Acordo de Paris, o assunto foi incorporado com mais intensidade na agenda do setor empresarial e agora começa a etapa de implementações de medidas contra a mudança climática nas cadeias produtivas.

No Brasil, muitas empresas já se anteciparam à necessidade de se adaptar aos novos tempos: o próprio setor de óleo e gás está dando atenção ao assunto e começa a apostar em novas tecnologias e fontes de geração de energia ‘limpas’.

As companhias que compõem o Fórum Clima, grupo coordenado pelo Instituto Ethos, assinaram um documento que contém uma série de compromissos voltados para questões como o aumento da participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira e outras medidas para frear o aquecimento global: a Carta Aberta ao Brasil sobre Mudança do Clima 2015. Além do Fórum Clima, o Ethos faz parte da Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), ao lado de outras organizações da sociedade civil.

As empresas podem ser protagonistas na luta contra o aquecimento global. Conheça o trabalho do Fórum Clima

Espera-se que, nos próximos anos, as fontes fósseis saiam da matriz energética brasileira, abrindo espaço para fontes renováveis. Portanto, cabe aos setores que mais utilizam combustíveis fósseis em suas operações a se adaptarem a essas transformações. Será um esforço coletivo, tanto do governo, quanto das empresas e da sociedade como um todo.

 

Por Flavia Resende, coordenadora de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos.

Foto: Charlie Riedel/AP