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5 líderes que estão enfrentando as emissões de carbono

A contaminação do ar gera preocupações climáticas e de saúde pública

23/04/2019

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O cheiro da fumaça que vem dos escapamentos de veículos não é apenas desagradável, mas também prejudicial à saúde. Esses gases são conhecidos por afetar a felicidade, a inteligência e o bem-estar geral do ser humano. No entanto, milhões de pessoas no mundo são forçadas a inspirar ar poluído todos os dias, conforme levam sua vida normal, indo para o trabalho, para a escola ou simplesmente botando o pé para fora de casa por um instante.

A poluição do ar leva à morte prematura por doenças cardíacas, derrame e câncer, assim como provoca infecções respiratórias agudas. A poluição do ar em locais fechados e em ambientes externos causou estimadas 7 milhões de mortes globalmente em 2016, de acordo com o relatório recém-publicado pela ONU Meio Ambiente Measuring Progress.

As emissões dos transportes respondem por uma proporção significativa da poluição do ar nas cidades — variando enormemente segundo a localidade. A locomoção pode ser a maior fonte ou uma origem menos importante da poluição do ar, mas seus efeitos são devastadores de qualquer forma. É por isso que governos locais e nacionais estão cada vez mais tomando medidas para melhorar a qualidade do ar urbano, desenvolvendo sistemas mais inteligentes de transporte público e fazendo a transição para a mobilidade elétrica e para transportes de zero emissões.

“Precisamos que três coisas aconteçam”, argumenta o especialista em mobilidade elétrica da ONU Meio Ambiente, Rob de Jong.

“Precisamos evitar a necessidade dos transportes, por meio de melhores projetos de cidade em que as crianças possam caminhar até a escola e as lojas sejam perto das áreas residenciais. Precisamos mudar para modos de transporte mais eficientes, como o transporte público, caminhar e andar de bicicleta. E precisamos melhorar o transporte, por meio, por exemplo, de veículos mais limpos.”

A meta nº 9 do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3 das Nações Unidas (ODS) pede uma redução substancial do “número de mortes e doenças causadas por químicos nocivos e por poluição e contaminação do ar, água e solo”. Para que transformações sejam sentidas nessa escala, é necessária uma combinação de mudança de comportamento, persuasão, perseverança e liderança.

O programa de mobilidade elétrica da ONU Meio Ambiente apoia países, em particular as economias emergentes, a introduzir esse modelo de locomoção. A iniciativa ajuda governos a desenvolver políticas, compartilhar as melhores práticas, testar opções de tecnologia, monitorar a adoção dos veículos elétricos e calcular benefícios em termos econômicos e de emissões.

A agência das Nações Unidas reuniu exemplos de cinco iniciativas de todo o mundo para tornar o setor de transporte terrestre mais verde:

Sadiq Khan, prefeito de Londres

Khan defendeu — e implementou em 8 de abril de 2019 — uma zona de emissões ultrabaixas e confirmou a sua expansão para as rodovias nos anéis Norte e Sul a partir de outubro de 2021. Padrões restritos de emissões também valerão para ônibus, frescões e caminhões em toda a Londres a partir de outubro de 2020. Ambos os esquemas vão liderar as reduções de emissões na cidade. Em 2021, mais de 100 mil habitantes da capital britânica não terão mais que viver em áreas onde os limites de poluição do ar são excedidos.

Essas medidas ousadas vão trazer grandes benefícios para a saúde dos londrinos, melhorando a qualidade do ar e prevenindo potencialmente milhares de mortes prematuras e outros problemas sérios de saúde. Pesquisas mostram que hoje esses efeitos impactam desproporcionalmente os londrinos mais pobres. Espera-se que todas as áreas de Londres registrem reduções na poluição.

“Combater o ar letal de Londres e proteger a saúde dos londrinos exige uma ação ousada. A poluição do ar é uma crise de saúde nacional e eu me recuso a dar para trás enquanto milhares de londrinos inspiram um ar tão imundo que encurta a nossa expectativa de vida, prejudica os nossos pulmões e agrava doenças crônicas”, diz Khan.

Carolina Schmidt, ministra do Meio Ambiente do Chile

O Chile tem a segunda maior frota de ônibus elétricos do mundo, depois da China. Em pronunciamento na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, em Nairóbi, em março, Carolina Schmidt enfatizou a importância de ter uma estratégia de mobilidade elétrica, de modo que todos possam trabalhar juntos para cumprir a meta de reduzir a poluição do ar. A chefe da pasta ambiental enfatizou a vantagem econômica de mudar para veículos elétricos e ressaltou também a sua popularidade entre a população.

“Temos 200 ônibus elétricos em Santiago. Eles são um sucesso enorme com as pessoas. A qualidade é muito melhor. As pessoas (antes) pagavam mais por isso e faziam mais viagens.”

Carolina ajudou a incentivar o setor privado para garantir que, até 2022, o Chile tenha dez vezes mais carros elétricos. “Entre 2014 e 2018, dobramos a nossa participação em energias renováveis e limpas”, acrescentou a dirigente.

Carlos Manuel Rodriguez, ministro do Meio Ambiente e Energia da Costa Rica

“Quando você tem os Ministérios da Energia e do Meio Ambiente na mesma pasta, você pode dar grandes saltos adiante. A mesma pessoa, a mesma agência”, diz Rodriguez, enfatizando que a organização institucional é um pré-requisito fundamental para a mudança. Em março, o dirigente se pronunciou sobre o tema também na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente.

A Costa Rica, um país de 5 milhões de pessoas, usa uma combinação de energia solar, eólica, geotérmica e de biomassa para cobrir as necessidades do país por mais de 300 dias ao ano. A nação tem um plano de longo prazo para descarbonizar a sua economia e a estratégia inclui a mobilidade elétrica.

“Se qualquer um pergunta por que estamos nos incomodando em fazer isso, quando a nossa contribuição para os gases do efeito estufa é de apenas 0,4% do total global, a nossa resposta é: porque faz sentido economicamente. E faz sentido do ponto de vista da saúde. E (porque) há custos-benefícios reais na descarbonização.”

Ola Evestuen, ministro do Clima e do Meio Ambiente da Noruega

A Noruega, que almeja descarbonizar a sua economia até 2030, tem uma porcentagem maior de veículos elétricos do que qualquer outro lugar no mundo: 70% dos carros particulares nas rodovias são elétricos.

A introdução pelo Ministério das Finanças de um amplo pacote de incentivos foi vital para alcançar isso. Enquanto os carros elétricos não são taxados nas estradas, os carros convencionais recebem cobranças pesadas.

Os veículos elétricos têm transporte gratuito nas barcas da Noruega. O estacionamento em área pública em centros urbanos só é permitido para carros elétricos. O desenvolvimento da infraestrutura também foi muito importante, como muitos postos de recarga de veículos instalados nas casas das pessoas.

“Temos apenas 5 milhões de pessoas, mas somos o terceiro maior mercado para a mobilidade elétrica no mundo. Obviamente, queremos ser superados”, disse o vice-ministro norueguês do Clima e do Meio Ambiente na Assembleia da ONU em Nairóbi.

Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China

Em abril de 2018, a China introduziu um esquema para promover veículos particulares “amigos do meio ambiente” nas frotas de veículos de empresas fabricantes de automóveis. O esquema atrela o consumo médio de combustível às vendas de “novos veículos de energia”. Esses novos automóveis incluem carros particulares elétricos, modelos híbridos ou carros com células de combustível. A medida estabelece um sistema de “administração paralela” para o consumo corporativo médio de combustível das empresas e as vendas dos novos veículos de energia.

O modelo é uma versão modificada da iniciativa de Veículos de Zero Emissões da Califórnia e especifica metas de participação dos novos veículos de energia nas frotas corporativas. A presença desses automóveis mais sustentáveis deve representar 10% do mercado de veículos particulares convencionais em 2019. Em 2020, a taxa deve chegar a 12%.

O Plano de Economia de Energia e Desenvolvimento da Indústria dos Novos Veículos de Energia (2012-2020) definiu também uma meta de consumo de combustível para as frotas. O objetivo é alcançar 100 km por 5 L de gasolina até 2020.

Por: ONU Brasil

Foto: ONU Brasil

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