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A maioria das empresas não possui programas de diversidade, revela pesquisa

20/06/2018

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Ausência de programas foi detectado por 60% dos profissionais de RH enquanto 62% afirmaram que as empresas onde trabalham não estão totalmente preparadas para lidar com a diversidade

A maioria das empresas não possui programas de diversidade e não está totalmente preparada para lidar com o assunto. É o que revela o levantamento inédito da VAGAS.com, empresa de soluções tecnológicas de recrutamento e seleção, e a Talento Incluir, que atua na inclusão de pessoas com deficiência na sociedade no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, 60% dos profissionais de RH afirmaram que a empresa onde trabalham não possui um programa de diversidade. E aqueles que informaram que contam com a iniciativa (40%), declararam que as ações são voltadas, em sua maioria, para pessoas com deficiência (88%) e para jovens aprendizes (84%).

O levantamento também traz um dado importante sobre a diversidade no ambiente de trabalho. De acordo com 62% dos profissionais de Recursos Humanos respondentes, as empresas onde eles trabalham não estão totalmente preparadas para lidar com a diversidade. Outros 25% acreditam que as companhias onde atuam não estão aptas a tratar do tema enquanto 3% não souberam opinar. Somente 10% dos profissionais declarou que suas corporações estão prontas para essa questão.

“A legítima inclusão deve estar no processo e não apenas no discurso das organizações. Para ser inclusiva, a empresa não pode deixar perpetuar conceitos antigos e julgamentos na sua cultura de contratação e desenvolvimento dos seus profissionais. É preciso trabalhar ações afirmativas para mudar esse viés inconsciente em todos os níveis hierárquicos da empresa. A inclusão está além do simples cumprimento da lei. Ela traz benefícios para os negócios e provoca mudanças positivas na cultura da empresa”, declara a sócia fundadora da Talento Incluir, Carolina Ignarra.

Entre as dificuldades apontadas, para a adoção de uma política de diversidade, aparecem preconceito ou falta de informação (48%), aceitação e respeito dos gestores (25%), aceitação e respeito dos colegas (14%), falta de preparo da área de Recursos Humanos (9%), discriminação (4%).

“É um dado extremamente alarmante, ainda mais retratado por especialistas em Recursos Humanos. É um retrato que mostra claramente que o tema diversidade ainda não está no centro das discussões de políticas inclusivas e mais acolhedoras.
É preciso que o assunto faça parte da agenda dessas empresas e comece a ganhar corpo e relevância com urgência”, alerta Leonardo Vicente, coordenador da pesquisa na VAGAS.com.

O estudo Diversidade no mercado de trabalho e nas empresas foi realizado por e-mail, com pessoas com deficiência e profissionais de Recursos Humanos, entre os dias 6 de fevereiro a 13 de março deste ano para uma amostra da base currículos cadastrados no portal de carreira VAGAS.com.br.

O principal objetivo da pesquisa foi de identificar as barreiras e as ações que acontecem no mercado de trabalho. Os 3.244 candidatos respondentes são, em sua maioria, mulheres (54%), com idade média de 33 anos, superior completo (48%) e desempregados (64%). Uma parcela dos respondentes consiste de 139 pessoas com deficiência, prevalecendo os do sexo masculino (60%), com idade média de 38 anos, superior completo (51%) e desempregados (61%). Já em outra ponta responderam 202 profissionais de RH, com o perfil preponderante de mulheres (81%), com idade média de 34 anos, pós-graduados (55%) e empregados (86%).

Grande parte dos especialistas de RH (55%) acredita que as ações afirmativas (medidas para eliminar desigualdades) relacionadas à diversidade podem compensar perdas provocadas pela discriminação. E 27% discordam das ações enquanto 18% não opinaram. Ainda sobre as ações afirmativas, os profissionais de Recursos Humanos acham que elas impactarão o mercado em um prazo de 2 a 5 anos.

Metade dos profissionais já se sentiu prejudicado em processos seletivos
A pesquisa da VAGAS.com e a Talento Incluir ainda revela que mulheres, negros, pessoas com deficiência e profissionais mais experientes e qualificados foram os mais afetados em processos de recrutamento e seleção. Desse grupo de candidatos, 50% dos respondentes já se sentiram prejudicados em dinâmicas seletivas. Alguns perfis foram mais lesados, 54% de mulheres, 55% de pessoas negras, 59% de pessoas com deficiência, 64% de pessoas com mais de 55 anos e 59% de pós-graduados.

“Essa pesquisa traz dados reveladores e surpreendentes. Aponta com precisão um retrato de exclusão e um certo preconceito dos selecionadores na hora de recrutar um candidato. Essa percepção retratada por mulheres, PCDs (pessoas com deficiência) e outras pessoas reflete, de certa forma, a falta de programas estruturados de inclusão e diversidade no ambiente corporativo. Essa significativa parcela afetada acende uma luz de alerta para empresas e profissionais de RH, ainda mais em tempos em que a diversidade começa a deixar de ser um conceito e passa a ganhar mais espaço na sociedade”, explica Leonardo Vicente.

Ao serem questionados para entender os motivos dessa discriminação, os candidatos respondentes afirmaram acreditar que isso ocorreu devido à idade (37%), local que mora (15%), raça/ etnia (12%), estilo e condição social (11%, cada), peso (10%), faculdade que frequentou (9%), gênero (6%), religião ou crença (5%) e deficiência (1%).

Outro aspecto abordado com os candidatos foi referente à discriminação de colegas de trabalho. Os que afirmaram ter vivenciado esse tipo de situação representaram 43%. Desse total, 48% são de mulheres, 48% de pessoas negras, 65% de pessoas com deficiência e 47% com idade de 36 a 40 anos.

Entre os motivos apontados, destacam-se a idade (20%), condição social (19%), estilo (16%), raça e local que mora (11%, cada), peso e religião (10%, cada), gênero (9%), orientação sexual (6%), faculdade que estudou (5%), idioma ou sotaque e altura (4%, cada) e deficiência (2%).

A pesquisa também procurou saber se os episódios de exclusão são constantes. Para 25% dos casos houve mais de uma ocorrência, 10% em apenas um caso e 8% dos episódios acontecem frequentemente. Ainda de acordo com esse mesmo grupo, esses episódios causaram danos psicológicos (13%), danos sociais (10%), dificuldades no trabalho (7%), comprometimento do senso crítico e ético (4%), dificuldades na aprendizagem (3%), desvios comportamentais (2%). Nenhum somou 16%.

Pessoas com deficiência sofrem com discriminação
As pessoas com deficiência também sofrem com a discriminação no mercado de trabalho. Mais da metade (59%) dos respondentes se sentiram prejudicados em processos seletivos ante 50% da base total de candidatos. As pessoas com deficiência acreditam que a deficiência deles (74%) é a principal barreira para conquistar uma vaga de trabalho. Também são mais representativos (65%) em exclusão de colegas de trabalho contra 57% do total de candidatos respondentes. A frequência constante dos episódios também é maior para eles: 19% X 8% da base de candidatos. Em contrapartida, sentem que as empresas onde trabalham possuem programas de diversidade (59%) contra 31% dos demais candidatos. E, também conhecem mais beneficiados por ações afirmativas: 46% X 23% do restante.

Acesse a pesquisa completa aqui.

 

Por VAGAS.com e Talento Incluir

Foto: Yomex Owo – Unsplash

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