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Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero se posiciona sobre agenda antirracista

Documento pede posição empresarial e criação de políticas públicas

11/06/2020

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O Ethos, por meio da Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero, que o Instituto integra, se manifestou através de posicionamento quanto a questão racial.

O documento aborda as violações de direitos, desigualdades sociais, letalidade da população negra, interseccionalidade de gênero e racismo institucional, entre outras questões, analisando os cenários atuais no Brasil e nos Estados Unidos.

“É importante ressaltar que tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, a democracia e a estrutura do país foram criadas sob um regime escravocrata, no qual nunca houve reparações para a população negra”, descreve o posicionamento.

Além disso, o texto reforça a necessidade de que o setor empresarial se manifeste contra as desigualdades estruturais e pede pela criação de políticas públicas para desenvolvimento da população negra.

Saiba mais sobre a Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero no site: equidade.org.br.

Leia abaixo a íntegra do posicionamento:

A Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero acompanha com imensa preocupação os acontecimentos dos últimos dias em relação a violência policial sobre a população negra, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, e a reverberação desses atos na comunidade global. No âmbito da Coalizão, entendemos que essas violações de direitos da população negra reforçam ainda mais desigualdades sociais, oriundas de uma estrutura que não insere a população negra na sociedade de forma plena, e o retrocesso democrático que hoje atinge muitos países.

A violência contra a população negra se reflete nos indicadores das instituições públicas e centros de pesquisa. Segundo a última pesquisa do IBGE, negros são 55% da sociedade e possuem os índices mais altos quando analisados indicadores como de saúde, educação e trabalho. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, entre os anos de 2007 e 2017, a cada 100 pessoas mortas, 75 eram negras.

Quando analisados o crescimento da violência letal no Brasil, constata-se que negros são atingidos 10 vezes mais que não-negros. Esses números se refletem no percentual das vítimas de intervenção policial, já que somente entre os anos de 2017 e 2018 pessoas negras representavam 75,4% destas vítimas. Quando afunilamos nosso olhar na intersecção entre raça e gênero, temos que os assassinatos de mulheres negras aumentaram em 15,4%, enquanto que entre as não negras houve queda de 8%. Sem falar no racismo institucional que produz uma abismal desigualdade salarial entre mulheres negras e homens brancos, ganhando elas, mulheres negras, quatro vezes menos.

Essa modalidade de violência estatal, reflete-se no descontentamento da população estadunidense nos últimos dias, quando George Floyd, um homem afro-americano, foi filmado sendo asfixiado e morto por um policial branco no estado de Minnesota. A indignação da população cresceu a tal nível que, mesmo em um período de pandemia mundial, a população saiu às ruas e se manifestou contra essas ações vindas do Estado.

Num período semelhante, não poderíamos deixar de reforçar o que significa a morte do jovem João Pedro, de apenas 14 anos, morto em sua própria casa pelas forças policiais em operação no Rio de Janeiro.

É importante ressaltar que tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil, a democracia e a estrutura do país foram criadas sob um regime escravocrata, no qual nunca houve reparações para a população negra.

É com o objetivo de que haja uma maior equidade que a Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero nasceu. Entendemos que o posicionamento do setor empresarial é necessário para que essas desigualdades estruturais sejam combatidas, e para que a democracia seja um pilar a ser sustentado por toda a sociedade, de forma cooperativa. Como também buscamos e esperamos a criação de políticas públicas, que ajudem a findar essa ruína social existente em nosso país e promover o desenvolvimento e crescimento da população negra, contribuindo para que o Brasil seja um país para todas as pessoas.

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Nappy

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