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CONFERÊNCIA ETHOS

Como potencializar o uso da Conferência Ethos 2020?

Vídeos, disponibilizados gratuitamente, podem ser acessados para diferentes finalidades

25/09/2020

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O uso dos vídeos das Conferência Ethos 2020, que se encontram no canal do Ethos no YouTube, atende a diferentes propósitos. Seja para treinamentos corporativos, como reflexão em rodas de diálogos, como referência para trabalhos acadêmicos e escolares e ainda por meio dos aprendizados que são compartilhados.

Cada um escolhe como melhor fazer uso dos diálogos que desde o dia 2 de julho têm sido realizados e são disponibilizados gratuitamente. Na última quinta-feira (24), mais quatro painéis se somaram ao acervo. Confira abaixo alguns destaques:

15h – Braskem oferece: Tecnologia e Sustentabilidade – biomateriais, biotecidos e biocelulose

O diálogo observou o campo promissor das biotecnologias, como o exemplo no setor têxtil, também a importância do investimento em pesquisas e em startups, para ganharmos escala nesses processos produtivos.

Mateus Schreiner Garcez Lopes, gerente global de Inovação em Tecnologias Renováveis da Braskem, contou como essa reflexão norteia as discussões na Braskem, devido a necessidade a qual cada vez mais as empresas têm em se reinventar. “Temos feito uma reflexão profunda a esse respeito. Não é mais uma discussão de ‘se’, mas sim ‘como’ vamos fazer essa transição, explicou.

Stelvio Mazza, CEO da Já Fui Mandioca e fundador do Movimento Aproximação, falou sobre a ideia para trabalharem com embalagens sustentáveis. “Nossa premissa foi copiar a melhor embalagem que existe: a casca de um alimento natural, pois, essa protege pelo tempo e o quanto é necessário. Entendemos que as embalagens não precisam durar tanto, por que para um sorvete que vai durar alguns minutos, a embalagem precisaria durar 300 anos?”, contou.

Hugo Mendes, sócio da Biotecam, explicou como a startup chegou ao TEXTICEL. “Nós fazemos um biotecido, o TEXTICEL. A ideia é que seja um substitutivo ao couro, feito de celulose bacteriana. Inicialmente, trabalhávamos apenas com a questão de tratamento da água, mas a partir de um contato para uma exposição no Museu do Amanhã percebemos que poderíamos criar esse tecido, totalmente biodegradável. É um tecido totalmente vegano que tem um gasto hídrico muito baixo”, explicou.

16h10 – Desocupação juvenil e o legado da pandemia – a dificuldade de ser jovem no Brasil

“A situação do Brasil já é muito desigual falando de juventude e se falarmos da juventude da floresta esses números crescem ainda mais, a maioria dos trabalhos aqui são informais. São empregos importantes, que conservam a nossa biodiversidade”, explicou Letícia Moraes, secretária nacional da Juventude Extrativista e diretora executiva do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

Letícia pontuou ainda que “pensar a economia é pensar uma economia que seja sustentada e esteja relacionada com a vida das populações tradicionais, que já realizam o manejo sustentável”.

Já Cassia Moraes, fundadora e CEO do Youth Climate Leaders falou sobre as perdas geradas por não potencializarmos ações de fomento à juventude. “Acredito que, como a questão ambiental, temos um potencial de gerações perdido. O quanto antes investirmos na educação, melhor. Estamos perdendo esse potencial, pode ser que a cura do câncer esteja em uma favela do Brasil hoje, em um jovem que não pode estudar. Não podemos mais esperar, já foi muito tempo perdido”, analisou.

17h20 – Por uma ação climática mais ambiciosa: o poder da rede de mobilização

Sarah Dufy, gerente de Relações Governamentais para as Américas no The Climate Group, iniciou o painel explicando que o diálogo seria “com quatro líderes que estão conectando negócios e a sociedade civil para mostrar aos governos nacionais o que precisa ser feito”.

Tim Ash Vie, diretor do secretariado da Under2 Coalition no The Climate Group, contou sobre a ambição das ações realizadas. “Queremos zero de carbono em 2050, acreditamos em fazer, para ver acontecer, multiplicando ações e construindo redes para ações coletivas (…). Trabalhamos com as maiores companhias do mundo para ver, por exemplo, a demanda de veículos elétricos aumentar”, relatou.

Inamara Mélo, secretária executiva de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, contou sobre os aprendizados com os demais estados que estão envolvidos na agenda ambiental, no Brasil. “Aprendemos com outros estados, de acordo com cada plano e não precisamos repetir os erros. Dessa forma, todos avançam mais rápido. Todos temos aprendido mais rápido quanto as competências jurídicas, além de uma visão acerca do papel estratégico dos governos subnacionais, para o atingimento das metas do Acordo de Paris. Essa rede e essa articulação têm sido fundamental, cada estado trabalhando com suas especificidades regionais”, disse.

Flavia Resende, coordenadora de Projetos de Meio Ambiente do Instituto Ethos, analisou a importância da Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC), frente a NDC Brasileira. “Se pensarmos nas metas da NDC Brasileira temos muito trabalho pela frente. As metas são uma oportunidade de descarbonização de nossa economia. Desde a CBMC, em 2019, já tivemos algumas ações, como a carta com os 17 compromissos de enfrentamento da agenda climática, a Declaração do Recife, elaborada e entregue na própria conferência e o Decreto pelo Clima”, resgatou.

Luis Hidalgo, governador regional de Madre de Dios (Peru), avaliou a situação do Brasil na agenda climática. “O ano passado participamos de um evento na Colômbia com outros sete estados da região amazônica e para esse ano tínhamos previsto um evento em Manaus, justamente para discutir a situação do Brasil. Hoje vocês têm um governo que não está em linha com a defesa da região amazônica, de proteção das florestas”, concluiu.

19h – Desigualdades, postos de trabalho e novos vulneráveis – como esse legado pode atrasar o crescimento e a recuperação?

Rogério Barbosa, sociólogo, pesquisador do Centro de Estudos da Metrópole e membro da Rede de Pesquisa Solidária Políticas Públicas e Sociedade, resgatou o histórico da crise econômica no Brasil e revelou que a recuperação que começou a se dar no começo de 2017, foi progredindo de cima pra baixo. “Primeiro os 10% mais ricos vão começando a se recuperar, depois os 50% mais ricos, depois os 75% mais ricos… mas nunca chegou a uma recuperação na base”, avaliou.

Elisa Pereira Reis, doutora em Ciência Política pelo MIT e professora titular da UFRJ, analisou a situação da crise durante a pandemia. “Com a pandemia também ficou claro que, além dos vulneráveis de antes, uma grande parcela da população se tornou dependente de medidas emergenciais, como os trabalhadores informais, pequenos empresários e profissionais liberais, que, de repente, se viram vulneráveis”, analisou.

Maurício Prado, sócio e diretor executivo da Plano CDE, apresentou suas considerações sobre o pós-pandemia. “Existe um Brasil acordando e o processo de digitalização ajuda muito. Tenho uma visão positiva de que essa desigualdade está ficando insustentável e a Covid-19 foi mais um fator que escancarou isso. A sociedade está se conscientizando para começar a mudar”, concluiu.

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Unsplash

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