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Comunidades carentes sofrem mais com a Covid-19

Fome é a principal mazela que impacta vulneráveis durante a pandemia

26/05/2020

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Como se não bastassem os males à saúde, o coronavírus tem exposto outras fragilidades que há tempos acometem os mais vulneráveis e que agora se acentuam ainda mais. Fome, desemprego, desinformação e sofrimento psicológico estimulam a violência e a desesperança em comunidades carentes de seis regiões metropolitanas brasileiras, é o que traz o 7º Boletim da  iniciativa “Covid-19: Políticas Públicas e as Respostas da Sociedade”, realizado pela Rede de Políticas Públicas & Sociedade.

O Painel de Monitoramento de Lideranças Comunitárias identificou, em seis regiões metropolitanas pesquisadas, que a fome é o drama mais crítico enfrentado por famílias carentes por conta da pandemia. Outros pontos são:

– o desemprego, a redução salarial e ausência de renda, cujo os reflexos podem ser observados na dificuldade de acesso a itens de proteção, como as máscaras e no endividamento e inadimplência que agravam ainda mais suas condições de vulnerabilidade; e

– a falta de informação. As notícias falsas e o desencontro de recomendações dos diferentes agentes públicos geram confusão e contribuem para aumentar a baixa aceitação das medidas de prevenção.

Como num ciclo em que uma situação de precariedade leva a outra, a busca desesperada por atividades geradoras de renda dificulta a adesão ao isolamento social. E, tamanhas dificuldades e restrições nessas novas condições de vida geram impactos psicológicos relevantes. “Sinais de esgotamento, desespero, medo de morrer e falta de perspectiva para o futuro são percebidos como ameaça à própria sobrevivência” aponta do documento.

O boletim, coordenado por Graziela Castello, Priscila Vieira e Monise Picanço, todas do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), analisou individualmente: segurança alimentar, trabalho e renda, auxílio emergencial, falta de informação e desinformação sobre a Covid-19, adesão às medidas de prevenção e impactos psicológicos.

O boletim nos diz ainda que, quanto a problemas e situações que devem se agravar rapidamente, 56% dos entrevistados acredita que a expansão do contágio é a principal preocupação, conforme gráfico abaixo:

Covid-19: Problemas que se agravarão nas comunidades nas próximas semanas (%). Resposta Múltipla (N=72).

Fonte: Painel Monitoramento Lideranças Comunitárias no Cenário da Covid-19. Rede Pesquisa Solidária. 05-11 maio/2020.

Recomendações

Quanto ao enfrentamento das situações apresentadas acima, os especialistas sugerem três pontos:

  • Ampliação e coordenação dos esforços para distribuição de alimentos: apesar das iniciativas de socorro se multiplicarem, são insuficientes, incipientes e nem sempre coordenadas. A solução para essa situação requer outras iniciativas estruturadas de proteção social.
  • Suporte social e psicológico às famílias: por iniciativa do setor público, de forma a estimular atividades de suporte aos que que cada vez mais se encontram em situação de desesperança e desagregação.
  • Reforço das medidas de segurança: como resposta a desvirtuação das orientações e da desinformação é fundamental que os diferentes níveis de governo, do federal, passando pelos estados e municípios, procurem se coordenar de modo a ajudar as comunidades a responderem com mais confiança às medidas de proteção contra a Covid-19.

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Unsplash

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