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Crescimento desigual e tensões comerciais prejudicam desenvolvimento sustentável

Mudança climática, emissões de gases causadores do efeito estufa e tecnologias que abalam mercados de trabalho são um grande desafio

18/04/2019

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Crescimento desigual, níveis crescentes de dívidas, possíveis saltos na volatilidade financeira e acentuadas tensões comerciais globais estão prejudicando o progresso para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A avaliação foi feita na segunda-feira (15) pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, durante o Fórum sobre Financiamento para Desenvolvimento, realizado em Nova Iorque.

O chefe das Nações Unidas ressaltou aos participantes do encontro, entre eles ministros e autoridades de alto nível do mundo das finanças, que o momento é crítico para “acelerar a ação para o desenvolvimento sustentável”.

Em discurso, Guterres declarou que mudança climática, emissões de gases causadores do efeito estufa e tecnologias que abalam mercados de trabalho são um grande desafio. “Estamos aqui hoje como parte de um esforço para coordenar uma urgente resposta global para reverter estas tendências”, disse.

“Colocando de forma simples”, afirmou, “precisamos de mais dinheiro para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

Destacando que a ajuda ao desenvolvimento é essencial, “especialmente para os países mais pobres”, o chefe da ONU destacou a importância de os próprios países gerarem mais financiamento, incluindo por meio de aumento das receitas fiscais e por mais investimentos.

“Estruturas políticas nacionais são essenciais para reduzir riscos, criar um ambiente comercial permissivo, incentivar investimentos em objetivos públicos e alinhar sistemas financeiros com desenvolvimento sustentável de longo prazo”, afirmou.

“Transformação ampla” é necessária

A presidente do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC), Inga Rhonda King, abriu o encontro destacando que, embora progressos tenham sido feitos, “não vimos a transformação mais ampla que precisamos para alcançar os ODS até 2030”.

Apontando para riscos econômicos, ela citou “mudança climática, do Caribe ao Sahel”, que tem ativamente revertido ganhos em desenvolvimento; crescentes níveis de dívidas, que sufocam investimentos em desenvolvimento sustentável; e crescentes tensões comerciais, que prejudicam crescimento econômico e aprofundam desigualdades dentro de países.

Para responder a estes riscos, King destacou a necessidade de renovar compromissos com cooperação global multilateral; alinhar estruturas de financiamento para integrar a Agenda 2030 em estratégias nacionais de desenvolvimento; e acelerar o financiamento de desenvolvimento sustentável.

“Este fórum representa um marco crítico que estabelece o tom para o ano à frente”, disse.

600 milhões de “empregos decentes”

A presidente da Assembleia Geral, María Fernanda Espinosa, destacou que, embora o crescimento global tenha permanecido estável, não é o suficiente para apoiar a Agenda 2030.

Ela destacou a necessidade de gerar “600 milhões de novos empregos decentes” até 2030, o que exige políticas para tirar vantagem de financiamentos públicos e privados aos ODS; mobilizar recursos nacionais através de políticas fiscais específicas e maior cooperação internacional para lidar com evasão de impostos.

“Um futuro de desenvolvimento sustentável exige maiores investimentos agora, no presente”, afirmou. “Agora é hora de agir, de dar passos decisivos”.

“Momento delicado” para a economia

O vice-diretor em exercício do Fundo Monetário Internacional (FMI), Tao Zhang, afirmou que “a economia mundial agora está em um momento delicado”, ecoando o resultado de encontros entre o Banco Mundial e o FMI em Washington na semana passada.

Embora o crescimento global continue, ele afirmou que o ritmo é mais lento do que esperado. “Precisamos melhorar”, disse, destacando que crescimento mais forte em médio prazo será “essencial para países em desenvolvimento” alcançarem os ODS.

Do Banco Mundial, o vice-presidente sênior para a Agenda 2030 de Desenvolvimento e Parcerias, Mahmoud Mohieldin, disse que “negócios de sempre, colocando desta forma, não nos levarão ao fim da extrema pobreza até 2030”.

“Haverá centenas de milhares de pessoas sofrendo de extrema pobreza até 2030 se negócios continuarem como atualmente”. Destas pessoas afetadas, nove em cada dez estarão na África.

Por: ONU Brasil

Foto: ONU Brasil

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