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Denúncias, reflexões e clamores imprimem o ritmo do primeiro dia da CBMC

Painéis podem ser vistos e revistos no canal do Ethos no YouTube

06/11/2020

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“Um dia muito especial, no qual se inicia a segunda edição da Conferência Brasileira de Mudança do Clima, ao mesmo tempo em que acontecimentos importantes ocorrem no mundo”, foi assim que o diretor-presidente do Ethos, Caio Magri, iniciou a abertura da segunda edição da CBMC.

O evento tem o objetivo de reunir diferentes atores sociais – organizações não governamentais, movimentos sociais, povos tradicionais, governos, comunidade científica e os setores público e privado – na promoção de diálogos para a formulação e monitoramento de compromissos que influenciam o clima e propõe saídas para a implementação da NDC brasileira. A Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC) é apartidária, de organização coletiva e tem como base a NDC brasileira, o Acordo de Paris e a Agenda 2030.

São correalizadores do evento: Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), Artigo 19, Centro Brasil no Clima (CBC), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB), Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), Fundação Amazonas Sustentável (FAS), FGV/EAESP – Centro de Estudos em Sustentabilidade, Fundación Avina, Hivos, ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, Instituto Clima e Sociedade (iCS), Instituto Ethos, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM Amazônia), Observatório do Clima, Prefeitura do Recife, Projeto Saúde & Alegria, Rede Brasil do Pacto Global, Rede de Cooperação Amazônica (RCA), Reos Partners, Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pernambuco e WWF Brasil.

Ainda no painel de abertura, Magri destacou preocupações quanto aos desafios que a agenda de clima vem passando. “Estamos bem distantes de alcançar nosso objetivo e no Brasil, com as queimadas, agravamos nossa situação. Os alertas de desmatamento na Amazônia alcançaram recordes e nesse ritmo não conseguiremos atingir nossas metas e seremos reconhecidos como um país que desdenha da mudança do clima. Aqui, na CBMC, precisamos reiterar que devemos reconhecer a ciência. Temos a obrigação de recuperar o tempo perdido com o negacionismo e a falta de ação”, afirmou o diretor-presidente do Ethos.

As falas que sucederam a de Magri, também seguiram essa dimensão. “A pandemia tem nos ensinado como é importante estarmos mais próximos da natureza e o quanto o negacionismo custa vidas”, disse Marcio Astrini, do Observatório do Clima.

Sonia Guajajara, coordenadora da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), observou o atual contexto de políticas públicas.  “Precisamos do fortalecimento dos órgãos federais que hoje se encontram sucateados e a cada vez que apresentam dados, quem o fez é exonerado pelo governo federal“, analisou.

“O Brasil tem uma oportunidade privilegiada para sair dessa crise com desenvolvimento sustentável. Para isso o cumprimento do Acordo de Paris é imprescindível”, ponderou Glaucia Barros, diretora programática da Fundación Avina no Brasil. Enquanto que, Guilherme Sirkis, diretor do Centro Brasil no Clima (CBC), chamou atenção sobre a necessidade de termos foco nos processos de mitigação e de adaptação, para “que não tenhamos um lockdown climático”.

Victor Salviati, superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da Fundação Amazônas Sustentável (FAS), trouxe dados sobre um dos fatores de risco nesse sentido. “Já se perdeu mais de 20% das florestas e a Amazônia tem importante ação para a redução da mudança climática“, apontou. E, Guarany Osório, coordenador do Programa de Política e Economia Ambiental do FGVces, ressaltou a necessária participação de diferentes atores sociais, somando esforços. “Nos últimos anos, avançamos em alguns setores, mas não o suficiente. Isso traz uma reflexão sobre o papel de diferentes atores”, observou.

Rodrigo Perpétuo, secretário-executivo do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade, clamou por uma mudança cultural. “Faço um chamado para uma mudança estrutural da nossa sociedade. É preciso uma mudança dos hábitos de vida e de consumo”, disse, sendo reiterado por Ana Toni, diretora-executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), que destacou a importância da CBMC. “A Conferência Brasileira de Mudança do Clima é um marco e estou muito feliz por mantermos esse debate, no online, mesmo num ano com tantas perdas, para que consigamos prevenir as pessoas quanto aos desafios com o aquecimento global”.

André Guimarães, diretor executivo do IPAM, apontou duas fragilidades do Brasil em relação a mudança do clima. “O Brasil é um país com forte dependência da agricultura e da água, por isso é importante estar atento as ações de mitigação da mudança climática”, lembrou. Christel Scholten, diretora executiva da Reos Partner, avaliou que “nenhum ator social conseguirá sozinho fazer a mudança que a agenda do clima requer”.

Por fim, Caetano Scannavino, coordenador geral do Projeto Saúde & Alegria, ponderou que “na CBMC devemos refletir sobre como podemos fazer mais, para combater o ilegalismo, quando o ilegal parece ser a regra”. E disse ainda que “precisamos dar uma guinada para promover quem está fazendo a coisa certa e coibir quem está fazendo errado”.

Todas essas falas foram reverberadas a cada painel que transcorreu durante o primeiro dia da CBMC. Importante ressaltar que todos os diálogos podem ser vistos e revistos no canal do Ethos no YouTube.

Para o dia 12 de novembro, segundo e último dia do evento em 2020, novas atividades são esperadas para que, mais uma vez, reflexões possam ser realizadas nesse importante movimento que busca mitigar os efeitos nocivos da mudança do clima.

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

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