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Valiosas, as florestas produzem comida, regularizam o clima, purificam o ar, são a casa de milhões de espécies de animais, evitam enchentes absorvendo as águas da chuva e contribuem para a saúde do homem. Com um importante desempenho para funções sociais, econômicas e ambientais, no Brasil, as florestas ocupam 59% do nosso território e com diferentes biomas formam a segunda maior área de florestas do mundo.

No entanto, ações antrópicas as colocam em risco, a retirada da cobertura vegetal para transformação em áreas agrícolas e/ou de pastagens e o extrativismo interferem na mudança do clima uma vez que essas atividades liberam gases de efeito estufa, como o C02, e consequentemente potencializam o aquecimento global.

A estrutura de fiscalização e implementação de políticas públicas de combate ao desmatamento está sendo desmontada nos últimos anos, em destaque para o governo Bolsonaro. Segundo levantamento recente do MapBiomas, desde o início de 2019, 98% dos alertas de desmatamento no Brasil não possuem registro de ação de fiscalização ou autorização. Na Amazônia, mesmo sob o domínio de Unidades de Conservação (sujeitas a proteção), essas áreas têm sofrido aumento de desflorestamento resultado da ampliação da fronteira agropecuária ou da intervenção predadora. Além disso, ambientalistas focados em proteger a floresta e o seus guardiões correm riscos, como o recente caso do indigenista Bruno Araújo e o jornalista Dom Phillips.

Pulmão verde do planeta, as florestas devem ser protegidas para o bem de uso comum do povo e o acesso à qualidade de vida. Sustentar e apoiar ações políticas em defesa do meio ambiente, buscar se informar de ações sustentáveis locais e apoiar a resistência de povos indígenas são os principais meios de se movimentar em prol de um desenvolvimento sustentável.

 Fórum Amazônia Sustentável – Realizado presencialmente este ano, o evento aconteceu entre os dias 06 e 08 deste mês em Alter do Chão, no Pará. O FAS se insere como uma articulação multissetorial que visa o enfrentamento ao desmonte ambiental e à crise climática. O encontro reuniu representantes de diferentes setores e da sociedade civil, como lideranças tradicionais locais, para discutirem múltiplas perspectivas e identificarem conexões para uma Amazônia justa, sustentável e regenerativa. Como um dos produtos do encontro, esteve prevista a organização de um caderno de propostas para as eleições de 2022, pautando a agenda da sociobiodiversidade da economia da floresta em pé, um dos eixos norteadores do encontro, de modo a influenciar nos planos de mandatos legislativos.

Por: Kylanne Bitencourt, do Instituto Ethos
Foto: Freepik