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Diálogos na Conferência Ethos dessa semana abordam o racismo estrutural

A Conferência Ethos dessa semana foi marcada pelo diálogo sobre como as empresas devem enfrentar o racismo estrutural

25/06/2021

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O início da Conferência Ethos dessa semana foi aberta pela fala da Flavia Rios, professora adjunta da Universidade Federal Fluminense. Flavia nos apresentou a Lélia Gonzalez, uma autora de grande importância que produziu em diálogo com intelectuais africanos, americanos, brasileiros e de outros países latino-americanos. Você pode acompanhar este painel e toda a Conferência no canal do Ethos no YouTube.

Flavia Rios

Flavia ressaltou que Lélia sempre esteve muito envolvida como ativista e militante nas lutas antirracistas, por exemplo, o Apartheid na África do Sul. Desta forma, a professora introduziu o tema que foi o fio condutor para os painéis seguintes: o racismo estrutural.

“A Lélia Gonzalez é uma autora que ajuda a entender o problema de uma sociedade plural que não se reconhece como plural”
Flavia Rios

 

Como as empresas enfrentam o racismo estrutural?

Kaleb Machado, Scarlett Rodrigues e Marina Ferro

Assista ao painel.

Marina Ferro, gerente de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos e moderadora do painel, iniciou o assunto afirmando que todos têm responsabilidades sobre o tema, portanto “empresas podem e devem se engajar nessa temática”, disse.

Kaleb Machado, gerente de Diversidade e Inclusão do Carrefour Brasil, concordou com a fala da Marina, e explicou que no Carrefour há uma plataforma de diversidade e inclusão desde 2012, que possui quatro objetivos principais. Primeiro, equidade de oportunidades para todas as pessoas; segundo, a cultura do respeito; terceiro, o diálogo com todos os stakeholders; quarto, diversidade como valor para a marca.

Após definido os quatro pilares, Kaleb explica que trabalharam para organizar os temas prioritários, baseando-se em dados do censo IBGE. “A partir disso, definimos quatro temas prioritários, que são: diversidade racial, diversidade sexual, inclusão de pessoas com deficiência e diversidade de gênero” contou o gerente. Ele também revelou que para cada tema, possui grupos de afinidade específicos, por exemplo, o Mais Inclusão e o Todes.

Scarlett Rodrigues, coordenadora de projetos de Direitos Humanos do Instituto Ethos, afirma que o debate está em ascensão, o que é algo histórico e muito positivo, porém, ainda vivemos um desaparecimento de corpos negros. “Vivemos uma interrupção de vidas de pessoas negras, advinda de uma política de morte, uma política violenta que segrega e marginaliza os corpos de pessoas negras” falou a coordenadora.

Desemprego entre jovens e o alerta sobre a geração perdida

Marcelo Neri, Lucia Udemezue e Sandro Pereira

Assista ao painel.

No próximo painel, Paula Oda, coordenadora de projetos do Instituto Ethos, provoca a discussão ressaltando os impactos que a pandemia trouxe junto à recessão, principalmente entre jovens negros e negras, segundo o levantamento de dados do IBGE de 2020. Neste sentido, Paula questiona os convidados sobre o risco de se ter uma geração perdida, como alerta especialistas da OCDE.

Marcelo Neri, diretor do FGV Social, em sua fala, conta que atualmente o Brasil tem a maior quantidade de jovens de sua história, cerca de 25% da população. “Qualquer coisa que falarmos sobre os jovens é muito importante, pois são uma porção grande da população. São o futuro do país”, afirmou o diretor.

Lucia Udemezue, coordenadora do projeto MUDE por ELAS, na ONG Ação Educativa, explorou como os jovens e mulheres negras são afetadas por discriminação racial no mercado de trabalho, e como a pandemia agrava este cenário, já que nem todas as pessoas têm acesso à internet. “Isso é um debate que nós estamos fazendo com os setores de RH das grandes empresas, para acolher essa juventude que está preparada e muitas vezes não conseguem galgar um espaço de oportunidade”, contou Lucia.

Sandro Pereira Silva, editor do boletim de trabalho do IPEA, remonta o cenário do Brasil antes da pandemia e explica que já se vivia em uma situação bastante delicada. “Entre 2015 e 2017, a nossa taxa de desemprego basicamente dobrou”, relembra Sandro, que complementou a fala afirmando que as baixas quedas no desemprego se deram à custa do trabalho informal.

 

Conferência Ethos

Acompanhe a discussão completa da Conferência Ethos através do canal do Instituto no YouTube e consulte a programação pelo site oficial.

 

Por: Lucas Costa Souza, do Instituto Ethos

Foto: Pexels

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