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A pandemia impacta criticamente a vida de todos os brasileiros, mas será que este impacto é sentido da mesma forma por toda a sociedade? A partir deste questionamento, a Conferência Ethos dessa semana reuniu especialistas para encontrar uma resposta e traçar estratégias de recuperação econômica que considerem os grupos mais afetados.

O diálogo aconteceu no canal do Instituto Ethos, no YouTube. Vamos conferir alguns destaques da conversa.

Como a pandemia está impactando a vida das meninas e mulheres?

Maria-Noel Vaeza

Assista ao painel

A discussão acerca do tema foi iniciada pela diretora regional para as Américas e o Caribe da ONU Mulheres, Maria-Noel Vaeza. Ela destacou que a região da América Latina e Caribe enfrentam a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial, situação agravada devido a pandemia.

“Já temos ampla documentação e dados de que a pandemia de Covid-19 afeta desproporcionalmente as mulheres na América Latina e Caribe.”
Maria-Noel Vaeza

 

A diretora expressa a necessidade de melhorar as políticas públicas para torná-las mais inclusivas e partidárias, não apenas para as mulheres, mas contemplando toda a gama de diversidade existente, “os programas de transferência de renda que aliviam a pobreza são, atualmente, ferramentas essenciais para uma resposta eficaz”, apontou Maria-Noel.

Recuperação da economia sob a ótica da prioridade de gênero

Solange Gonçalves, Rejane Romano, Eliane Malteze e Aline Nascimento

Assista ao painel

O segundo painel dessa semana aprofundou alguns pontos tratados tangencialmente por Maria-Noel, e teve a Rejane Romano, coordenadora de Comunicação do Instituto Ethos como mediadora. Uma vez entendido que a pandemia impacta desproporcionalmente a sociedade, como criar estratégias de recuperação que considerem os grupos mais afetados?

Solange Gonçalves, professora da Universidade Federal de São Paulo, relembrou que o contexto de desigualdade acentuado pela pandemia, é um reflexo de questões históricas que acompanham o país desde sempre. “Nas empresas, 60% dos estagiários são mulheres, mas nos quadros de executivos e de conselhos de administração, isso cai pra 10%”, exemplifica a professora.

Durante a exibição do painel, Eliane Malteze, especialista em Gestão Estratégica para Educação, disse: “Foram as mulheres negras que deixaram de trabalhar nessa pandemia e que não têm, muitas vezes, condições de ter nenhuma refeição básica para as crianças em casa”. A especialista também destacou o fato de que, muitas dessas mulheres mal têm acesso à internet, por isso, é muito difícil afirmar que o empreendedor se digitalizou.

Ao final do painel, Aline Nascimento, coordenadora de Diversidade em Desenvolvimento de Ações Afirmativas e Treinamentos em empresas, fez uma provocação para todos refletir:

“Para reverter essa situação, precisamos nos colocar no centro da solução. E se colocar no centro da solução é tirar as vendas que nos impendem de ver a realidade e agir de forma corresponsável para o que precisamos construir.”
Aline Nascimento

 

Conferência Ethos

Acompanhe a discussão completa da Conferência Ethos através do canal do Instituto Ethos no YouTube e consulte a programação pelo site oficial.

Por: Lucas Costa Souza, do Instituto Ethos

Foto: Pexels