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"Distribuição de renda e combate às desigualdades para enfrentar as mudanças climáticas"

Caio Magri, diretor-presidente do Ethos durante evento da Abema

20/03/2023

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Os efeitos das mudanças climáticas foram discutidos nesta terça-feira (14), em Brasília, durante o evento “Caminhos para a integração multinível e multissetorial no avanço da política climática do Brasil”. O debate foi realizado pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente (Abema) e contou com a participação de ministros, diplomatas, secretários estaduais, presidentes e dirigentes de entidades da área ambiental.

As novas perspectivas de governança e a consolidação da integração entre os governos federal e estaduais, setores da sociedade civil e da iniciativa privada estiveram entre os principais temas de debate. Também estiveram presentes o embaixador da União Europeia, Ignácio Ibãnez e a conselheira para assuntos ambientais na Embaixada da Alemanha, Friederike Sabiel.

De acordo com a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o governo federal tem trabalhado na consolidação do Inventário Nacional de Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa (GEE). Os dados analisam as alterações atmosféricas que aumentam a temperatura da superfície da Terra e provocam a maior frequência e intensidade dos eventos extremos.

Além disso, a ministra reiterou que a agenda climática do governo está pautada na transversalidade. Segundo ela, lá lacunas na integração entre os entes federados e para reverter esse cenário é fundamental construir uma agenda climática em parceria com estados e municípios. “Quando tratamos de mudanças climáticas, o maior impacto é sentido nas populações mais vulneráveis, como aconteceu em Araraquara”, destacou.

Integração

O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), João Paulo Capobianco, defendeu o compromisso com o “federalismo climático”. Segundo ele, a pasta tem trabalhado em um novo modelo de governança climática.

“Vivemos um vácuo completo de atuação, com a omissão da política federal, mas os estados agiram avançando nas agendas e buscando arranjos. Cabe ao governo federal retomar a capacidade política”, disse. “A concentração de recursos e poder precisa ser distribuída. Há um esforço [no governo federal] para que haja, de fato, a implementação de uma agenda federativa”, acrescentou.

Agricultura 

Para o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, não há antagonismo ou divergência na forma de produzir no Brasil. “Temos uma pequena parte da agropecuária que pratica desequilíbrio ambiental. São poucos e muito barulhentos e que merecem o rigor da lei”, argumentou.

Segundo o ministro, o governo federal tem atuado com a linha mestre da transversalidade e deve intensificar a produção sob o aspecto da sustentabilidade. Fávaro destacou ainda que o Brasil tem potencial para dobrar a produção de alimentos de forma sustentável.

O diretor-presidente do Instituto Ethos, Caio Magri, ressaltou a necessidade de integração e articulação das políticas setoriais no enfrentamento das mudanças do clima. Durante a apresentação, o diretor-presidente do Ethos relembrou os principais pontos da carta assinada por um conjunto de empresários brasileiros e divulgada na 27ª Conferência do Clima das Nações Unidas (COP27), no Egito, em novembro do ano passado.

“[Entre os principais pontos estão] distribuição de renda e combate às desigualdades. Isso é um destaque importante na proposta, pois sem enfrentar as desigualdades e a distribuição de renda dificilmente teremos capacidade de enfrentar também a emergência climática, especialmente no processo de adaptação”, disse.

De acordo com o diretor-presidente, a sinalização com as medidas assumidas pelo governo federal tem sido relevante para o setor voltar a ter protagonismo no país.

“Outro ponto muito importante é o governo federal assumir a centralidade da tomada de decisões nesse momento. Um exemplo disso é a desintrusão das terras e o combate ao desmatamento de terras indígenas. São 19 pastas ministeriais e secretarias que atuam de maneira interdisciplinar. Zerar o desmatamento já é meta assumida e isso deve feito. A retomada dos planos [ambientes] já existentes caminhou significativamente e o Fundo Amazônia é um sinal importante que implica no aumento de investimentos para os negócios verdes sustentáveis”, afirmou.

O coordenador da Rede Clima e vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Moacyr Araújo, ressaltou que, atualmente, o Brasil está entre o 5º e 6º maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Para ele, país vive um novo momento em relação ao combate às mudanças climáticas e tem a oportunidade de reverter o cenário ou focar sua matriz energética em alternativas sustentáveis, como energia solar e eólica.

“O Brasil é um país eolicamente privilegiado. Nas regiões Norte e Nordeste o vento forte é constante o tempo todo”, disse. Segundo Araújo, há solicitação de produção de 133GW de energia eólica, o que representaria 70% de toda energia produzida no país hoje. Para efeito comparativo, a usina de Itaipú produz cerca de 14 GW.

“O potencial de energia sustentável é enorme. Importante lembrar que cerca de 8% de todo petróleo é usado na produção de plástico. Se nada mudar, em 30 anos teremos mais plásticos (em peso) do que peixes nos mares”, alertou.

Caio Magri, do Instituto Ethos, reforçou o convite a todos os presentes para a Conferência Brasileira de Mudança do Clima (CBMC), que está programa para acontecer em Nata, capital do Rio Grande do Norte, em outubro.

Por: Analítica Comunicação – Assessoria de Imprensa do Instituto Ethos

Foto: Pexels

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