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Equidade racial nas empresas – por que ainda é preciso falar sobre isso?

Diálogo no Conexões Ethos expõe o quanto o cenário ainda carece de iniciativas

30/05/2019

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Iniciativas para promoção da inclusão racial e de gênero nas empresas – vencendo barreiras tangíveis e intangíveis, foi um dos diálogos promovidos durante o Conexões Ethos – Curitiba. Sheila de Carvalho, coordenadora de Políticas Públicas e Práticas Empresariais do Instituto Ethos e Giselle dos Anjos Santos, consultora do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) discorreram sobre o quanto o racismo está presente no dia-a-dia das empresas.

Uma realidade não restrita apenas ao ambiente corporativo, como observou a consultora do CEERT. “Ter poucas pessoas negras num evento como esse não é uma realidade apenas em Curitiba, que nós sabemos ter uma população negra menor. É uma realidade nos espaços de poder no Brasil. São 500 anos de sociedade brasileira, sendo que destes, 300 foram escravagistas”, ressaltou Giselle.

Ainda assim, mesmo que seja para o bem dos negócios, é preciso entender os sinais do mercado. “Pensar no cenário das empresas quanto a inclusão é importante em qualquer país, mais sobretudo no Brasil. Várias pesquisas apontam que ter apenas uma pessoa de outra etnia no time da empresa potencializa a assertividade em 150%. Indícios de que a diversidade é importante na lucratividade, são inúmeros”, reforçou Giselle.

Sheila explicou que Ethos e CEERT têm o projeto da Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero e nesse espaço é muito interessante a troca que acontece entre as empresas, ao perceberem os passos que foram dados para ver a mudança acontecer. “Não adianta esse tema ficar retido em uma única área da empresa, é preciso haver transversalidade”, destacou a coordenadora do Instituto.

Sobre o quanto o racismo é prejudicial, a consultora do CEERT apresentou uma série de fatos: “é importante reconhecer que numa sociedade como a nossa, diferença é sinônimo de desigualdade. Se existe alguém que ocupa a base da pirâmide é porque alguém está no topo gozando dos privilégios. Mulheres negras sofrem com mais dificuldade de acesso ao mercado de trabalho e, atualmente, a chamada revolução silenciosa tem contribuído para a inserção de negros nas universidades públicas. Então, é sintomático ver o desmonte nas universidades públicas justo agora que estávamos vendo o aumento de jovens negros e negras nessas universidades”.

Giselle ainda alertou os presentes para uma situação que requer atenção: “nos grupos de diversidade não vemos tamanho empenho para discutir a questão racial. Até porque o mito da democracia racial não permitia discutir o racismo, uma vez que o entendimento é que ele não existia”.

Muito há por ser revisto quanto a questão racial. No momento destinado a perguntas da plateia foi levantada a questão de que negros estão em maior número como empreendedores no Brasil. Um fato que se tendemos a avaliar como positivo, temos antes que entender os porquês. “Aos negros e negras, sem acesso ao mercado de trabalho, o empreendedorismo não se trata de uma escolha, mais sim uma ação de subsistência”, explicou Sheila de Carvalho.

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

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