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Há discriminação racial no mercado de trabalho?

21/03/2018

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21 de março – Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial

Há 58 anos, no dia 21 de março, a humanidade presenciou o triste episódio que ficou conhecido como o Massacre de Shaperville. Um total de 20 mil negros, de diversas idades, protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles podiam transitar, quando foram surpreendidos por tropas do exército, no bairro de Shaperville, em Joanesburgo, capital da África do Sul. Sessenta e nove negros foram mortos e outras 186 ficaram feridos.

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial. De acordo com o Artigo I da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial diz o seguinte:

“Discriminação Racial significa qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com a finalidade ou o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento e exercício, em bases de igualdade, aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública”.

Baseados nessa informação, ao avaliar os dados do “Perfil Social, Racial e de Gênero das 500 Maiores Empresas do Brasil e suas Ações Afirmativas”, estudo que o Ethos produz desde 2003, podemos afirmar que o Brasil continua apresentando desigualdades sociais de caráter estrutural, que se refletem no mundo do trabalho. Negros e negras somam apenas 4,7% no quadro executivo das empresas de maior destaque no cenário nacional.

Para o Instituto Ethos, é urgente garantir o desenvolvimento econômico aliado ao desenvolvimento social. “A promoção da equidade através de políticas de inclusão e projeção é um passo fundamental nesse sentido”, diz Sheila de Carvalho, coordenadora de práticas empresariais e políticas públicas do Instituto Ethos.

A última edição do estudo apontou uma exclusão ainda maior das mulheres negras dos cargos executivos estratégicos e de gerência.  Negras são apenas 1,6% da gerência e 0,4% do quadro executivo. Para se ter uma ideia desse recuo, a pesquisa encontrou apenas duas mulheres negras (pretas e pardas) entre os 548 executivos analisados.

Outro ponto levantado pela pesquisa é a dificuldade de as empresas formularem mecanismos de monitoramento e avaliação do impacto que a diversidade pode trazer aos negócios. “Incentivar a diversidade de gênero e raça, porém, é uma estratégia eficaz para a conquista de um diferencial competitivo no mercado. Atualmente as empresas tem entendido o potencial do fomento à pluralidade e representatividade em seus espaços corporativos. É importante que a sociedade brasileira seja refletida dentro desses espaços. Desenvolver um olhar local, voltado às necessidades da nossa população e isso traz diálogo e inovação”, diz Carvalho.

O estudo do Ethos foi realizado entre dezembro de 2014 e maio de 2015. Para conhecer o material na íntegra, clique aqui.

Iniciativas do Instituto Ethos

A Coalizão Empresarial para Equidade Racial e de Gênero foi lançada em maio de 2017, com o objetivo de impulsionar a promoção da diversidade e da igualdade racial e de gênero no mercado de trabalho. A iniciativa é uma parceria entre o Instituto Ethos, o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e o Institute for Human Rights and Business (IHRB), com o apoio do Movimento Mulher 360, do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do programa Fundo Newton, oferecido pelo governo do Reino Unido e pelo Conselho Britânico.

“A Coalizão se propõe a ser um espaço de debate, troca de experiências e estímulo à implementação e ao aprimoramento de políticas públicas e práticas empresariais, em um esforço coletivo para superar a discriminação de gênero e raça nas organizações”, conta Carvalho. A iniciativa reúne empresas nacionais e multinacionais, escritórios de advocacia, especialistas em diversidade e representantes de organizações da sociedade civil e do poder público. Acesse o site da Coalizão: http://www.equidade.org.br/

Além disso, outra iniciativa do Ethos são os Indicadores Ethos-CEERT – Guia Temático: Promoção da Equidade Racial, também fruto de uma parceria com o CEERT. Uma ferramenta que auxilia as empresas a se autoavaliarem quanto a boas práticas não apenas para a inclusão de negros e negras no mercado de trabalho, mas também quanto a percepção e adoção de mecanismos para viabilizar a ascensão destes nas empresas. Acesse o Guia Temático aqui.

Por Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Pexels

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