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ONU Mulheres recomenda que igualdade de gênero seja incluída na resposta à pandemia

Pandemia do novo coronavírus afeta, em particular, as trabalhadoras informais e domésticas

20/03/2020

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Trabalhadoras do setor de saúde, trabalhadoras domésticas, mulheres na economia informal, refugiadas, migrantes e em situação de violência são algumas das mulheres mais expostas à COVID-19 e precisam ser envolvidas em todas as fases da resposta e na tomada de decisão local e nacional.

Esta é uma das 14 recomendações da ONU Mulheres para Américas e Caribe divulgadas na terça-feira (17) por meio da publicação “COVID-19 na América Latina e no Caribe: como incorporar mulheres e igualdade de gênero na gestão da resposta à crise”, que aborda as dimensões de gênero na pandemia.

Para o escritório regional da ONU Mulheres, garantir a dimensão de gênero na resposta requer alocação de recursos suficientes para responder às necessidades de mulheres e meninas e promover consultas diretas com organizações sobre a situação das mulheres e as medidas apropriadas para enfrentar a pandemia.

Também exige garantir a disponibilidade de dados desagregados por sexo e análise de gênero, incluindo taxas diferenciadas de infecção, impactos diferenciados da carga econômica e de assistência, barreiras de acesso das mulheres e incidência de violência doméstica e sexual, além de assegurar que as necessidades imediatas das mulheres que trabalham no setor de saúde sejam atendidas.

A ONU Mulheres alerta que a COVID-19 tem impactos e implicações diferentes para mulheres e homens. E destaca que as mulheres são essenciais na luta contra a pandemia, sejam elas socorristas, profissionais de saúde, voluntárias da comunidade e prestadoras de cuidados.

Ressalta, ainda, que as mulheres estão na linha de frente da resposta e, por isso, assumem custos físicos e emocionais.

Mulheres e impacto econômico

“As mulheres continuam sendo as mais afetadas pelo trabalho não remunerado. Devido à saturação dos sistemas de saúde e ao fechamento das escolas, as tarefas de cuidado recaem principalmente sobre as mulheres que, em geral, têm a responsabilidade de cuidar de familiares doentes, pessoas idosas e crianças”, acrescenta o documento.

O escritório regional alerta para as especificidades do impacto econômico da COVID-19 nas mulheres.

Segundo a agência da ONU, as mulheres são particularmente afetadas pela pandemia porque elas costumam ser maioria entre trabalhadoras informais e domésticas. As quarentenas reduzem consideravelmente a demanda por esses serviços, afetando também os setores de comércio e turismo, que também empregam muitas mulheres.

De acordo com a entidade, a redução da atividade econômica afeta, em primeira instância, trabalhadoras informais que perdem seus meios de sustento de vida quase imediatamente, sem nenhuma rede ou possibilidade de substituir a renda diária.

Outro aspecto é o duplo desafio em trabalhadoras domésticas “de um lado, que enfrentam desafios decorrentes da maior carga de cuidados devido ao aumento do trabalho não remunerado nas residências e do cuidado das crianças durante o fechamento das escolas; por outro lado, a possibilidade de perda de renda quando, por motivos de saúde, são solicitadas a parar de trabalhar por conta do risco de infecção para as famílias com as quais trabalham”.

Violência contra as mulheres

A violência de gênero é outro componente de atenção em pandemias, como o COVID-19.

“Em um contexto de emergência, aumentam os riscos de violência contra as mulheres e meninas, especialmente a violência doméstica, aumentam devido ao crescimento das tensões em casa e também o isolamento das mulheres.”

As sobreviventes da violência podem enfrentar obstáculos adicionais para fugir de situações de violência ou acessar ordens de proteção que salvam vidas e/ou serviços essenciais devido a fatores como restrições ao movimento de quarentena, disse a ONU Mulheres para Américas e Caribe.

A entidade lembrou que a pandemia da COVID-19 causou um aumento de estigma, xenofobia e discriminação, como foi observado na Ásia, onde foram verificadas “expressões relacionadas à raça, gênero e status migratório, que levam a maior desigualdade, distanciam as pessoas dos serviços de que precisam e exacerbam estereótipos”.

Outra observação sobre as especificidades de gênero é a exploração sexual para fins comerciais decorrentes de “mecanismos negativos de enfrentamento à crise”, a exemplo do fechamento de serviços de alimentação nas escolas e comunidades, escassez de alimentos e restrições ao movimento de pessoas, como parte da falta de segurança alimentar e dificuldades de acesso a alimentos nutritivos e seguros.

Mulheres, saúde e trabalho

Entre as medidas de saúde pública, a ONU Mulheres para Américas e Caribe recomenda que as mensagens cheguem às mulheres na sua diversidade, e abordem as necessidades dos diferentes papéis sociais desempenhados por elas, além de garantir a atenção primária e o acesso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva.

No que se refere aos direitos econômicos, a entidade reitera o pedido “para medidas diretas de compensação a trabalhadoras informais, incluindo trabalhadoras de saúde, trabalhadoras domésticas, migrantes e dos setores econômicos mais afetados pela pandemia, além de reconhecer e redistribuir a carga de trabalho não remunerado em casa nos cuidados de saúde e de crianças, pessoas idosas e pessoas com deficiência”.

Acesse o documento completo aqui.

Por: ONU Brasil

Foto: Unsplash

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