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CONFERÊNCIA ETHOS

Pluralidade de temas marca o quinto dia da Conferência Ethos

Evento segue dialogando, nacional e internacionalmente, sobre temas da atualidade

31/07/2020

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Nesta quinta-feira (30), aconteceu o quinto dia da Conferência Ethos 2020, com uma programação marcada por participações internacionais que dialogaram sobre diferentes agendas. As análises, com perspectivas pautadas na atualidade, podem ser vistas e revistas no canal do Ethos no YouTube.

Abaixo, um breve relato sobre o que você vai encontrar quando assistir as lives:

15h – Recuperação verde e desenvolvimento regional – os desafios para superar as desigualdades, a pobreza e a mudança climática na América Latina

Enquanto moderador do diálogo, Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos, falou sobre a responsabilidade que a sociedade deve assumir no momento pós-pandemia. “Precisamos de uma economia verde, inclusiva e responsável para a superação da crise que vivemos. Somos responsáveis por encontrar respostas para construir países equitativos. Somos interdependentes e devemos superar nossas diferenças diante desses desafios, sem precedentes, que enfrentamos. Precisamos de um novo pacto social que expresse a vontade do povo e que seja a favor da vida”, avaliou.

Cada representante da América Latina trouxe experiências e percepções que muito nos falam sobre as similaridades entre os desafios que cada país tem a enfrentar.

“Mais do que uma tríplice dimensão de crise, há uma quarta dimensão, que é a crise ética. Nossos países estão colocados de frente aos desafios éticos, não há maneira de decidir entre um desenvolvimento verde ou cuidar da desigualdade da sociedade”, pontuou Luis Ulla, cofundador e diretor do Instituto Argentino de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (IARSE), suscitando a questão dos problemas éticos que tanto têm impactado a sociedade, sobretudo nesse momento de pandemia.

Ainda sobre o atual cenário e suas implicações, Marcela Bravo, gerente geral da ACCIÓN Empresas, destacou o aumento da violência. “A pandemia acentua a violência no interior da casa, por estar num espaço reduzido. A questão das mulheres, tendo que vivenciar trabalho, educação dos filhos e cuidados da casa junto, também é um grande problema, além do aumento da violência doméstica”.

Já, Evangelina Gomez, diretora executiva do CERES (Consorcio Ecuatoriano para la Responsabilidad Social), falou sobre a necessária união para “criar uma agenda comum pensando além das ideologias políticas”. “Temos que criar movimentos do setor privado, da sociedade civil e da academia para criar uma agenda comum que nos auxilie a criar um modelo de desenvolvimento que nos ajude a seguir”, avalia.

Avaliando os aprendizados que devem ficar como legado, Heiver Andrade, cofundador da Fundação Amigos de la Responsabilidad Social Empresarial (Amigarse), analisou que “nesse momento tão complexo, o desafio é que, a partir desses espaços, temos que começar a ter novas reflexões e definir novos conceitos”.

Sob essa perspectiva, Farid Nallim, membro da comissão diretiva da VALOS e cofundador da Reciclarg, assentiu e trouxe novos elementos para a conversa. “Creio que nós temos um inimigo comum aqui na América Latina. O poder que damos às pessoas que tomam nossas decisões é muito importante”. Para ele, “a educação é a única resposta”. “O tema da educação me preocupa. Nossos filhos estão com a educação empobrecida porque os recursos estão comprometidos. O erro se repete no nível da América Latina”, constatou.

Por fim, Jorge Villalobos, presidente executivo do Centro Mexicano de Filantropia, concluiu avaliando sobre o que se desenha no horizonte. “Temos um caminho longo a percorrer. Milhões de pessoas estão excluídas do desenvolvimento e as empresas têm que ir adiante em suas responsabilidades enquanto cidadãos corporativos”.

17h20 – As vantagens de rever o modelo de contratação pública e sua transparência

Caio de Souza Loureiro, sócio da Manesco Advogados, sintetizou em uma frase o atual momento nesta pauta: “eu acho que a pandemia veio demonstrar, fazendo uma analogia médica, as comorbidades das contratações públicas aqui no Brasil”.

Como a moderadora da atividade, Paula Oda, coordenadora de Projetos de Integridade do Instituto Ethos, explicou que o painel tinha o objetivo de “discutir o modelo de contratação pública analisando os diferentes modelos de compras públicas”.

“O objetivo de analisar as contratações deve ser em nível global. Para que as práticas avancem em todo mundo. Esses modelos têm que ser abertos e de interação com os demais atores envolvidos”, observou Oscar Hernandez, gerente sênior de Programas da Open Contracting Partnership (OCP). Caio não só concordou, mas concluiu que:  “temos o momento oportuno, por mais paradoxal que seja, para repensar esse modelo de contratação”.

18h30 – Petrobras oferece: o papel das empresas durante a pandemia – integração em responsabilidade social empresarial, direitos humanos e inovação

“Vamos refletir em torno do papel das empresas durante e depois da pandemia, especialmente na integração e responsabilidade social empresarial, direitos humanos e inovação. A responsabilidade social precisa ser um norteador da atuação das empresas”, explicou o moderador da atividade oferecida pela Petrobras, Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos.

“Considerando o cenário atual, pensar nessas frentes nos faz repensar muita coisa olhando para o passado recente. Mas, algumas questões não podemos negar, estamos passando por essas mudanças que estão se consolidando com uma rapidez inacreditável. Aqui na Petrobras, que está em quase todo o país, lidando com culturas e identidades diferentes, estamos pensando em como estamos lidando com essa situação toda. Até nos assusta como somos capazes de criar respostas tão rápidas para o que tem acontecido”, destacou Olinta Cardoso, responsável pela área de Responsabilidade Social da Petrobras.

César Reinaldo Rissete, gerente da Unidade de Competitividade do Sebrae Nacional, explicou sobre o apoio prestado pelo Sebrae a fim de auxiliar as empresas para uma guinada digital. “Fizemos esse movimento de ajudar as empresas a se posicionarem nos mercados digitais e trabalhamos com orientações sobre mudanças de legislação para que as empresas conseguissem passar por esse momento”.

Além disso, contou sobre sua percepção. “Vimos um movimento empresarial muito forte e de auxílio para os pequenos negócios. Foi um movimento que vimos se acelerar no Brasil, o que é muito positivo. Precisamos cada vez mais de cadeias de produção e de distribuição que sejam sustentáveis, incluindo a cadeia de valor no processo”, avaliou.

Ao final da atividade, Olinta destacou aprendizados. “Não temos condições de buscar respostas sozinhos, não existe mais espaço para atuar sozinho. Esse esforço de parceria e de integração tem que ser cada vez maior. Essa integração passa pela perspectiva do compartilhamento de informações. Em direitos humanos, nas decisões das empresas, precisa haver um esforço de mudança de mindset. A pandemia como oportunidade nos ajuda a intensificar esse esforço de mudança das nossas práticas em todas as frentes e não podemos desperdiçar essa oportunidade e não temos como não atuar a partir disso, mudando nossas práticas”, destacou.

19h30 – A retroalimentação da desinformação e como ela nos desvia de problemas importantes

A deterioração da democracia de muitos países resulta da desinformação”, essa foi uma das ponderações de Eugênio Bucci, jornalista e professor titular da ECA-USP, que muito explica a razão de ser dessa atividade na Conferência Ethos.

O jornalista se dedicou a falar sobre o conceito de verdade e como ela impacta na sociedade. “O mundo vive a pandemia da Covid-19, uma situação extrema, que não tinha sido vivida. Mas, é um fato que vivemos. E, nos países que é tratado com a razão, onde a ciência é invocada e que a comunicação se pauta pelo respeito mútuo e da verdade dos fatos, temos observado êxito na prevenção, nas curvas de contágio, na gestão das vagas de UTI, países que se saem melhor. Do outro lado, nos países em que as autoridades desprezam a ciência e não respeitam a vida, a saúde das pessoas e o diálogo, vemos os números da pandemia sair de controle”, disse Bucci.

Denisse Miranda, chefe do Mecanismo Independente de Reportagem (IRM) da OGP, concordou com o jornalista e acrescentou: “antes da crise de saúde de coronavírus já vivíamos uma pandemia. Uma crise silenciosa que abala a democracia” e observou que “essa pandemia é sentida nos ataques a liberdade de expressão, onde vemos instituições públicas se usando da desinformação”.

Renato Noguera, professor de Filosofia do Departamento de Educação e Sociedade e do Programa de Pós-graduação em Filosofia da UFRRJ, discorreu sobre a disputa que, em certa medida, valida o conceito de desinformação. “A medida em que a interdependência se torna um valor ético, as pessoas entendem que não é mais uma questão de disputar um território, mas sim de compartilhar um território”. Ou seja, para o professor de Filosofia, o conceito de coletivo seria uma das respostas à crise da desinformação.

Informações Importantes

Entenda como participar da Conferência Ethos 2020:

Ao vivo

Todas as quintas-feiras, no canal do Ethos no YouTube, assistindo as lives a partir das 15 horas. Clique no sininho e ative as notificações para não perder nada. Você também pode acompanhar a cobertura online de todas as atividades pelo Twitter do Instituto Ethos.

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Conteúdo salvo

Todos os vídeos, desde a primeira semana da Conferência Ethos 2020, ficam salvos na playlist do evento no canal do Ethos no YouTube. Basta acessar e acompanhar, no seu tempo e ritmo, os temas de seu interesse.

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

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