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Política de flexibilização do distanciamento físico expõe população a grande risco

Em SP, número de mortos pode ser triplicado nos próximos 30 dias

15/06/2020

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Analisando dados de Goiás e São Paulo, os pesquisadores da  Rede de Políticas Públicas & Sociedade dedicou o 11º boletim da iniciativa “Covid-19: Políticas Públicas e as Respostas da Sociedade”, a alertar sobre o perigo com a relaxamentos das regras para manter o distanciamento físico, a fim de coibir a disseminação da Covid-19.

Não bastasse as ações adotadas no Brasil serem consideradas moderadas, em comparação com regiões da Ásia e na Europa, em meio ao momento no qual especialistas, praticamente em consenso, identificam que “no Brasil a contaminação produzida pelo SARS-CoV-2 está no limite do descontrole, com taxas crescentes de infectados e sem sinais robustos de estabilização”, várias cidades e estados flexibilizaram o distanciamento físico.

Em Goiás, o número de mortos foi elevado 274% e São Paulo caminha para aumentar até três vezes o número de mortos nos próximos 30 dias. “Se Goiás tivesse mantido as medidas de distanciamento social nos níveis pré-afrouxamanto, deflagrado em 19 de abril, o número de vidas perdidas teria sido 63,5% menor. Isso significa que as 173 mortes efetivamente registradas pelo estado de Goiás poderiam ter sido apenas 63. Ou seja, 110 mortes poderiam ter sido evitadas caso a flexibilização não tivesse ocorrido” destaca o documento.

Com base em indicadores construídos a partir dos resultados de Goiás, a Rede de Pesquisa Solidária construiu dois cenários para o estado de São Paulo. Nos dois, o número de mortos se eleva substantivamente.

No cenário 1, caso as medidas de distanciamento social permanecessem nos níveis de maio por mais 30 dias, o montante de óbitos provocados pela Covid-19, aumentaria em 5.514 mortes. Isso implicaria um total acumulado de 14.632 mortos no estado de São Paulo no dia 8 de julho.

No cenário 2, com o afrouxamento das medidas de distanciamento físico decidido neste início de junho, a estimativa é que as mortes causadas pela Covid-19 aumentarão consideravelmente. Utilizando-se como referência o ocorrido em Goiás, o total em São Paulo deve chegar a 24.986 óbitos até o dia 8 de julho.

Sobre a análise comparativa

O fundamento da análise é que a diminuição progressiva da capacidade do sistema de saúde pública de atendimento dos infectados em estado grave, produz um aumento nas taxas de óbitos.

A Nota Técnica dos pesquisadores tomou por base o número de certidões de óbito emitidas com causa declarada de morte por Síndrome Respiratória Aguda Grave–SRAG, além do número oficial de óbitos diários pela Covid-19, relatado pelas secretarias estaduais de saúde de Goiás e de São Paulo.

A pesquisa indica que há riscos evidentes para a população com o afrouxamento das medidas de distanciamento físico no estado de São Paulo. “Goiás possui população e estrutura econômica que diferem significativamente de São Paulo. Infelizmente, a resposta antecipada e rígida adotada em Goiás foi rapidamente revertida. Consequentemente, houve aumento na taxa de transmissão da Covid-19 que se refletiu no aumento do número de mortes”, explica o boletim.

A nota técnica foi realizada predominantemente por pesquisadores da USP e coordenada por Lorena Barberia, também da USP.

O 11º boletim pode ser conferido, na íntegra, em: https://redepesquisasolidaria.org/

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Unsplash

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