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Qual o papel das empresas na agenda LGBTI+?

Ethos realiza live em reflexão ao mês contra a homofobia e transfobia

25/05/2021

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No dia 31 de maio, o Ethos realiza uma live, em sua página no Instagram, para analisar, junto a convidadas o papel das empresas na agenda LGBTI+. Fe Maidel, assessora na Coordenação de Políticas LGBTI+ SMDHC; Robertta Fyancolin, estagiária do Transcidadania; Letícia Messias Rodrigues, supervisora de Formação para o Atendimento do Programa Descomplica SP; e Scarlett Rodrigues, coordenadora de Projetos em Direitos Humanos no Ethos, irão dialogar sobre como empresas podem atuar nessa agenda.

Como as empresas podem – e devem – apoiar as lutas da população LGBTI+ de forma a se tornarem espaços de acolhimento? Quais políticas públicas são indispensáveis para nossa sociedade superar os números frente a essa população, que são preocupantes?, essas são perguntas que serão abordadas durante a live.

Desafios das pessoas LGBTI+ no Brasil

De acordo com o Grupo Gay da Bahia (GGB), um homossexual é morto a cada 23 horas no país por conta da homofobia (assassinatos e suicídios) e cerca de 70% dos casos dos assassinatos de pessoas LGBTI+ ficam impunes. De janeiro até a primeira quinzena de maio 2019 foram registrados 126 homicídios e 15 suicídios. O levantamento do GGB é feito com base em notícias publicadas em veículos de comunicação, informações de parentes das vítimas e registros policiais.

No entanto, dados inéditos, foram tabulados, em 2020, por Julio Pinheiro Cardia, ex-coordenador da Diretoria de Promoção dos Direitos LGBT do Ministério dos Direitos Humanos, repassados ao portal UOL, no qual a pedido Comissão Interamericana de Direitos Humanos, foi formulado um relatório entregue à AGU (Advocacia-Geral da União), apontam que a soma das denúncias de assassinato registradas entre 2011 e 2018 pelo Disque 100 (um canal criado para receber informações sobre violações aos direitos humanos), pelo Transgender Europe e pelo GGB, totalizam 4.422 mortos no período. O que equivale a 552 mortes por ano, ou uma vítima de homofobia a cada 16 horas no país.

 

“A soma das denúncias de assassinato registradas entre 2011 e 2018 totalizam 4.422 mortos no período. O que equivale a 552 mortes por ano, ou uma vítima de homofobia a cada 16 horas no país”

 

A divergência de informações ocorre porque, apesar de uma resolução federal, publicada no Diário Oficial da União, em dezembro de 2014, que estabelece parâmetros para a inclusão de orientação sexual e identidade de gênero nos boletins policiais, o registro não é regra em todo o país. Há incompatibilidade entre os números oficiais e os casos reais de assassinatos de gays, lésbicas, travestis e transexuais.

Outro grave problema enfrentado pelas pessoas LGBTI+ é o acesso ao mercado de trabalho formal, sobretudo para travestis e transexuais. Mulheres transgênero e homens gays com trejeitos femininos são os mais afetados pela impossibilidade de ocultar a identidade de gênero ou orientação sexual, tendo mais dificuldade no acesso ao mercado de trabalho formal.

 

“Mulheres transgênero e homens gays com trejeitos femininos são os mais afetados pela impossibilidade de ocultar a identidade de gênero ou orientação sexual, tendo mais dificuldade no acesso ao mercado de trabalho formal”

 

De acordo com o levantamento Demitindo Preconceitos, da empresa de consultoria Santo Caos, 38% das empresas afirmam que não contratariam pessoas LGBTI+ e 61% dos funcionários pertencentes a esse público no Brasil escolhem esconder de colegas e gestores a própria sexualidade. Já a Associação Nacional de Travestis e Transsexuais aponta que 90% desta população está na prostituição.

  • 38% das empresas afirmam que não contratariam pessoas LGBTI+
  • 61% dos funcionários pertencentes a esse público no Brasil escolhem esconder de colegas e gestores a própria sexualidade
  • 90% desta população está na prostituição

Mesmo para quem já está empregado, a situação também requer atenção. Questões como o constrangimento fazem com que pessoas LGBTI+ escondam a orientação sexual e/ou a identidade de gênero, com receio dos preconceitos.

Como as empresas podem atuar nessa agenda?

Apoiar e cobrar a criação de políticas públicas é um dos caminhos. Mas, o setor corporativo pode ir além. Fomentar a contratação de pessoas LGBTI+, criar grupos de afinidades para que os desafios das pessoas LGBTI+ na empresa sejam superados, investir na qualificação e apoiar a cultura de combate à LGBTI+fobia são ações esperadas.

Um exemplo, é o investimento em diversidade e inclusão adotado pelo Grupo Shell, em países como África do Sul, Alemanha, Canadá, Estados Unidos e Holanda, entre outros. Todos contam com a implementação de redes de apoio à comunidade LGBTI+. No Brasil, além da rede, com o objetivo em dar suporte aos funcionários LGBTI+, a empresa criou uma agenda para falar sobre a orientação sexual e temas correlatos. Como abordado em entrevista publicada aqui no site do Ethos, em 2017.

Ferramentas de Gestão

A Shell, que já foi patrocinadora de uma das gerações dos Indicadores Ethos,  aposta no uso de ferramenta de autogestão como uma decisão estratégica da atuação com foco em responsabilidade social.

De fato, analisar as práticas adotadas, comparar com demais empresas do mesmo segmento e porte, são oportunidades para que as empresas possam alcançar o protagonismo em ações para promoção da agenda junto ao público interno e até mesmo seguir de parâmetro para demais companhias que estejam iniciando a atuação na agenda.

Pensando sobre essas questões é que a coordenadora de Projetos de Direitos Humanos do Ethos, Scarlett Rodrigues, empreendeu na iniciativa de realização da live que acontece dia 31 de maio, às 10 horas. “Estamos presenciando uma mudança de postura do setor privado, saindo de um cenário de filantropia, para o desenvolvimento da responsabilidade social, entendendo que as empresas podem e devem ser garantidoras de direitos e de proteção social. No mês em que se declara o Dia Internacional Contra a LGBTI+Fobia, queremos trazer uma reflexão acerca do papel das empresa nessa luta. E, como parte da agenda do Ethos é trabalhar as questões de diversidade e inclusão, acreditamos ser importante dialogar sobre o que as empresas podem fazer para garantir os direitos desse grupo social que, historicamente, tem sido marginalizado, violentado e excluído do mercado de trabalho”, destaca Scarlett.

Por: Rejane Romano, do Instituto Ethos

Foto: Pexels

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