O fortalecimento da integridade em âmbito público e privado foi um dos assuntos discutidos no primeiro dia de Conferência Ethos 360°, em São Paulo.

A mesa “Plano Nacional de Integridade, transparência e combate à corrupção”, que aconteceu na terça-feira (20), primeiro dia da edição paulista da Conferência Ethos 360°, debateu a necessidade de avançar no combate à corrupção e a importância de criar programas de compliance em organizações estatais e privadas. O desafio que o cenário político impõe na questão, com troca de governo e fatores atípicos, foi um ponto de preocupação levantado.

Segundo Jorge Hage, professor de direito processual civil da Escola Superior do Ministério Público do Distrito Federal, é vital que se crie uma articulação integrada entre sociedade, empresas e esferas de governo e também que se regulamente os acordos de leniência. “Há inúmeras brechas na lei dos acordos que impedem que sejam efetivados. Por exemplo, há uma multiplicidade punitiva. MP [Ministério Público], AGU [Advocacia-geral da União], TCU [Tribunal de Contas da União], Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] podem aplicar punições simultâneas. É óbvio que não pode ser assim”, alertou.

Renato Capanema, diretor de Promoção da Integridade, Acordos e Cooperação Internacional da Controladoria-Geral da União (CGU), falou do trabalho do órgão onde atua e da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (Enccla), que unem diversos atores. “O combate à corrupção deve estar na agenda da sociedade, no cotidiano das empresas e no governo. Esse é o desafio: ver a transformação nas relações, debater, implementar e fiscalizar”.

Por sua vez, Caio Magri, diretor executivo do Instituto Ethos, ressaltou a importância do Pró-Ética na construção de um diálogo entre setores, visando a criação de um sistema integrado e eficiente de combate à corrupção. O cadastro, que reconhece publicamente as companhias mais éticas do Brasil, é uma iniciativa do Ethos e da CGU. “O Ethos se propõe a envolver a sociedade para uma agenda comum para a luta contra a corrupção, com o objetivo claro de ampliar a integridade”.

 

Por Maíra Teixeira, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes