O empreendedorismo é uma característica do brasileiro, mesmo com alta carga tributária e muita burocracia, prestação de serviços pode crescer.
Pesquisa realizada pelo Sebrae aponta que o desejo de ser independente e ter seu próprio negócio vem logo atrás do sonho da casa própria e de viajar pelo País. É um desejo que pode alavancar a economia se houver planejamento e mais facilidades para empreender.
Uma das principais questões levantadas durante o debate promovido pelo Shell na Conferência Ethos 360° 2015 foi em relação aos recursos financeiros para garantir um combustível eficaz no começo dos novos negócios. O que falta para atrair recursos financeiros? O que pode ser feito para que as empresas embrionárias ganhem em produtividade e bens resultados?
Em busca de respostas, ou pelo menos de caminhos que apontem nesta direção, André Spínola, gerente da Unidade Nacional do Sebrae, João Paulo Pacífico, sócio fundador do Grupo Gaia e Vandré Brilhante, economista e presidente do Centro Integrado de Estudos e Programas de Desenvolvimento Sustentável (CIEDS), se reuniram em uma conversa em busca de ideias.
Para Vandré, a construção de negócios bem sucedidos tem que passar pela conexão de esforços, a integração e a diversidade. Complementando, Spínola observou que a inovação precisa fazer parte dessa equação e que o setor de serviços deve receber o foco da atenção.
“Estamos em um momento no qual não há bens que tenham valor por si só, apenas por sua materialidade. É o setor de serviços que agrega valor a cadeia, o valor de um bem atualmente é quase 100% construído fora da fábrica. Vejamos o exemplo de um celular, cerca de 90% dele é constituído de serviços como logística, marketing e o brand”, disse o gerente do Sebrae.
Neste contexto, não é mais possível desatrelar bens de serviços. Ao contrário, fortalecer a sinergia entre eles é que nos levará a melhores resultados. Foi a conclusão dos integrantes da mesa.
Para esclarecer e estimular a reflexão da plateia se apresentou algumas tendências tangíveis a esse processo sinergético. A exposição dos palestrantes apontou para segmentos como a robótica, o design, o big data e a comunicação aprimorada.
João Paulo completou a apresentação falando sobre a necessidade de se ter clareza sobre os valores a serem defendidos pela empresa. “O empreendedor tem que saber qual é o propósito de sua empresa existir, em que ele contribui para sociedade com seu trabalho. Tudo isso ajuda para a criação de um ambiente de sustentabilidade em longo prazo”, disse.
Com intenção de provocar os participantes, Vandré finalizou: “É tempo de sabermos como viveremos no planeta, não apenas nos preocupando com o lucro, mas como será o empreendedorismo para a vida”.
Por Ludmila do Prado (Envolverde), para o Instituto Ethos.
Foto: Fernando Manuel