Prevenir e ajudar as pessoas a manter-se saudáveis é o melhor caminho, concluem participantes de mesa sobre sustentabilidade na saúde.
Um médico cuidador, que conheça todo o histórico de seu paciente e o aconselhe na prevenção de problemas, contribui para que existam pessoas mais saudáveis, de forma eficaz e econômica. Essa foi a conclusão da roda de conversa sobre “Eficiência e Sustentabilidade na Saúde”, na tarde do dia 22, na Conferência Ethos 2015.
“Hoje, a atenção está mais na doença do que na manutenção da saúde”, iniciou o diálogo Maurício Wajngatan, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). “É preciso agir na promoção de saúde. Mas quem sabe atuar assim, se as faculdades ensinam, sobretudo, como tratar doenças?”, observou Laura Schiesari, do Centro de Estudos em Planejamento e Gestão da Saúde da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
“Faz-se necessário reinventar a formação em medicina. Praticar a prevenção não tem glamour, não é muito respeitado, nem tampouco bem remunerado”, completou Otávio Celso Eluf Gebara, do Hospital Santa Paula, de São Paulo. “Há pouca comunicação voltada para a educação em saúde, tirando o paciente da condição passiva e tornando-o responsável pela forma com que trata seu organismo. As mídias podem informar melhor e estimular que o indivíduo se torne sujeito de seu cuidado e parte da solução de eventuais desequilíbrios”, explicou Laura Schiesari.
“Mas informação basta para inspirar bons hábitos? Se fosse assim, ninguém mais fumaria”, disse Maurício. “Um ‘gerente de saúde’ que orienta inclusive sobre fontes confiáveis médicas para consulta e oferece um atendimento personalizado, capaz de evitar exames e intervenções desnecessárias, consegue diagnosticar com mais acerto e agilidade”, observou Otávio.
Os profissionais foram unânimes em apontar esse tipo de serviço como o caminho para se promover a saúde; evitando-se inclusive o uso excessivo e inadequado de tecnologia. “A realização exagerada de exames sofisticados, com exposição à radiação, por exemplo, pode resultar em riscos aos pacientes. É preciso usar a tecnologia apropriada, na medida certa”, declarou Laura.
Um médico que acompanhe o histórico e as condições gerais de uma pessoa pode tomar a melhor decisão.
Por Neuza Árbocz (Envolverde), para o Instituto Ethos.
Foto: Fernando Manuel