Consumidor espera que lojas garantam origem sustentável das mercadorias, com rastreabilidade e controle de impactos ambientais.
“Um grande varejista tem de rastrear e monitorar como foram produzidos os itens que oferece aos seus clientes”, defendeu Kené Umeasiegbu, responsável por adaptação e mitigação das Mudanças Climáticas no grupo Tesco, segunda maior rede de lojas em faturamento do Reino Unido, em palestra na tarde do dia 23/9, na Conferência Ethos 2015.
“As pessoas desejam fazer compras nos supermercados de forma prática e rápida, para que possam usar o tempo em atividades mais divertidas”, continuou o especialista. “Elas cobram do comércio uma garantia de qualidade, origem e adequação a normas ambientais e legais de cada produto exposto”.
“Temos mais de mil fornecedores, espalhados por 70 países em todo o globo. Cada um deles passa por auditorias regulares para permanecer na lista”, explicou Kené. A empresa exige respeito ao meio ambiente, aos direitos humanos, a relações justas de comércio e ao bem-estar animal.
“Assim, cuidamos de nossa reputação, mantemos a satisfação dos clientes e também cumprimos um papel proativo de impulsionar uma nova economia ambiental e socialmente responsável. Pelo nosso tamanho, desejamos e devemos fazer a diferença”, comentou o executivo.
Essa atuação é ainda mais sensível quando se trata de gêneros alimentícios. “Eles devem ser fruto de agropecuária ou pesca sustentável, isto é, com cuidados adequados com a água, com as comunidades do entorno, com a biodiversidade e com o clima”.
“Somente 5% de espécies marinhas atendem 80% da demanda por pescados. Isso as coloca sob risco de extinção, além de provocar grandes perdas de outros peixes, capturados nas redes e jogados fora por falta de mercado. Nós procuramos entender os hábitos dos consumidores e estimulá-los a experimentar novos sabores. Se ampliarem sua dieta, vão colaborar com a manutenção da biodiversidade na Terra”, finalizou Kené.
Por Neuza Árbocz (Envolverde), para o Instituto Ethos.
Foto: Fernando Manuel