Somente 8% dos consumidores acreditam que as companhias são realmente sustentáveis. Para mudar isso, é preciso apostar na comunicação e no diálogo entre setores.
Ter clareza de valores e praticá-los é um ato de sustentabilidade. Talvez seja este um dos princípios motivos que explique a razão dos produtos orgânicos crescerem 30%, em média, mesmo com a crise. O fato também serve como referência de que o consumidor está preocupado em adquirir alimentos mais saudáveis.
Hélio Mattar, diretor-presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, discorreu sobre alguns itens da pesquisa realizada pelo órgão que mostra que o consumidor, além de mais atento com sua saúde, está mais informado sobre sustentabilidade e valorizando as práticas empresariais sustentáveis. Razão para os executivos manterem o diálogo contínuo com as stakeholders, mais ouvindo do que falando.
Hoje em dia o consumidor é bombardeado de informações produzidas pelo Marketing e Comunicação. Entretanto, é bom que se diga que “apenas 8% dos consumidores acreditam no que a empresa fala sobre si no que diz respeito à sustentabilidade”, garante Mattar.
“A comunicação é uma ferramenta poderosa, mas por si só ela não basta. A comunicação precisa ser eficiente e verdadeira”, sustenta Flávia Carvalho Doria, diretora executiva do Instituto Alana, da Maria Farinha Filmes e da 2020. A executiva destacou que antes o poder da comunicação concentrava na marca. Hoje com uma conscientização maior do consumidor, o cenário mudou e a marca exerce um papel de ponte junto ao público, sendo que os alicerces dessa ponte são: verdade, transparência e propósito.
Para Andrea Mota, diretora de Categoria da Coca-Cola, as empresas têm pela frente a manutenção de um conjunto de medidas para garantir a sustentabilidade, e não simplesmente pensar pela ótica da compensação; como também, abrir o diálogo sobre as grandes questões com o governo, sociedade civil e até com a concorrência. E, a partir daí, “reconhecer o que é preciso mudar, fazer as reformulações necessárias, agir, saindo da inércia e da zona de conforto”, assegurou.
Por Zulmira Felicio, para o Instituto Ethos.
Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes