Ethos assina nota de repúdio pela utilização da máquina pública com este fim
Foi grave o episódio protagonizado pela Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República, que, na última segunda-feira (03/02), fez uso de canais oficiais do governo a fim de dirigir críticas e estigmatizar Petra Costa enquanto “militante anti-Brasil” pelo simples fato de divergir das opiniões expressas pela diretora de “Democracia em Vertigem” em entrevista ao canal norte-americano PBS em 1º de fevereiro.
Democracias saudáveis pressupõem a garantia da liberdade de expressão e da convivência pacífica entre visões e opiniões discordantes no seio da sociedade. Trata-se de um direito fundamental e constitucionalmente assegurado a todo e qualquer cidadão. Entretanto, o exercício da liberdade não se confunde com a utilização da máquina pública a fim de hostilizar uma cidadã brasileira, incitando uma onda de repúdio à sua figura na esfera pública.
É inteiramente legítimo – quiçá necessário ao ambiente democrático – que qualquer cidadão manifeste divergências e críticas às escolhas narrativas e abordagens presentes no longa de Petra Costa. Todavia, a partir do momento em que o Estado é mobilizado em ofensiva a uma cidadã reconhecida como opositora das convicções do governo em exercício, testemunhamos não apenas um notório desapreço por valores democráticos, como a tolerância, mas também um sério desrespeito ao princípio da impessoalidade da administração pública, previsto pelo artigo 37 da Constituição Federal, segundo o qual não se admite que os agentes públicos discriminem ou tratem como alvos pessoas específicas.
As organizações subscritas repudiam este episódio de evidente abuso da máquina pública e afronta às normas constitucionais.
Por: Pacto pela Democracia
Foto: Pacto pela Democracia
Usamos cookies para que você possa ter uma boa experiência ao navegar.
Ao usar o site você concorda com o uso de cookies.
Para mais informações, por favor veja nossa Declaração de Privacidade.