Por: Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos e Marcela Grego, gestora de Projetos e Serviços do Instituto Ethos
No dia 15 de setembro, o Instituto Ethos comemora o Dia Internacional da Democracia e reafirma que não há desenvolvimento sustentável, redução da desigualdade ou prosperidade coletiva sem que a democracia e suas instituições sejam preservadas e fortalecidas.
No Brasil, este é um compromisso ainda mais forte em meio aos recentes julgamentos do Supremo Tribunal Federal que responsabilizaram aqueles que organizaram, dirigiram e participaram das tentativas de ruptura institucional, culminando com os eventos de 8 de janeiro de 2023. As condenações reafirmam a Constituição e o Estado de Direito, garantindo à sociedade que a justiça prevalece sobre a força e a autocracia.
A democracia, no entanto, não se trata apenas das virtudes das instituições. Deve ser levada a cabo nos direitos sociais, oportunidades econômicas e dignidade para todas as pessoas. As desigualdades (estrutural, territorial, racial e de gênero) ainda são uma das maiores ameaças, pois uma democracia em que parte da população não tem acesso à educação de qualidade, saúde ou emprego é, na verdade, um projeto incompleto.
A estabilidade de um regime democrático frequentemente depende de sua capacidade de reduzir as disparidades sociais. A defesa da democracia e a promoção da igualdade, nesse sentido, estão interconectadas na consolidação de uma sociedade próspera, justa e igualitária.
Mais do que direito ao voto: ela se fortalece quando as pessoas cidadãs participam das decisões públicas, quando as instituições são sólidas e transparentes e quando diferentes setores da sociedade, incluindo as empresas, assumem responsabilidades e valorizam o diálogo.
Nesse caminho, as empresas brasileiras são estratégicas. A cultura de transparência e respeito aos direitos humanos devem ser hábitos duradouros que solidifiquem a democracia em nossos assuntos econômicos e sociais cotidianos. A defesa da democracia é, também, a defesa de um ambiente para negócios que seja estável, ético e transparente.
No Instituto Ethos, acreditamos que o setor empresarial tem um papel fundamental nesse fortalecimento. Isso significa criar ambientes de trabalho éticos, apoiar iniciativas de transparência, combater a desinformação e estimular uma participação social consciente e responsável.
O Papel das Empresas
Com base no Guia A Responsabilidade Social das Empresas no Processo Eleitoral, destacam-se algumas formas de atuação:
- Incentivar o voto consciente e o engajamento cívico, sem vinculação partidária.
- Combater a desinformação por meio da divulgação de informações qualificadas.
- Promover a diversidade e a inclusão também na esfera política, incentivando a representação de grupos historicamente excluídos.
- Apoiar políticas públicas transparentes e sustentáveis, alinhadas à Agenda 2030.
Exemplos de Iniciativas
- Programa Município Transparente: fortalece a integridade pública e a participação cidadã em municípios estratégicos da Amazônia, promovendo a transparência ativa, a capacitação de servidores e o engajamento da sociedade civil no controle social.
- Ações Coletivas Empresariais: espaços de diálogo e compromisso do setor privado com a integridade, a luta anticorrupção e a defesa do interesse público.
- Guia de Responsabilidade Social no Processo Eleitoral: ferramenta que orienta empresas a se posicionarem de forma ética e responsável no contexto democrático.
Neste Dia Internacional da Democracia, lideranças empresariais, governos e sociedade civil devem se unir para transformar o Brasil em um país em que a democracia só se realize plenamente quando acompanhada de justiça social e prosperidade compartilhada.
A democracia é a condição. A igualdade é o caminho. A sustentabilidade é o futuro.