Executivos debateram as tendências da economia verde e o como o conceito vem impactando, em nível global, o mundo dos negócios.
“A economia verde é definida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente como uma economia que resulta em melhoria de bem-estar da humanidade e igualdade social, ao mesmo tempo que reduz os riscos ambientais e escassez ecológica. Ela tem três características principais: baixa emissão de carbono, eficiência no uso de recursos e busca pela inclusão social”, introduziu o cineasta Tadeu Jungle ao assunto da mesa “Economia verde: oportunidades de negócios sustentáveis”, no segundo dia da Conferência Ethos 360°.
“Se você não tiver a pecha verde, você fica para trás porque o verde está conectando todo o planeta. Isso faz com que se gere negócios. O verde está movendo a economia”, disse, ao passar a palavra para Carlos Nomoto, diretor executivo do WWF-Brasil. Para Nomoto, “a mudança já está acontecendo e vai continuar acontecendo em larga escala. Alguns vão se adaptar a isso pelas pressões de mercado e outros porque têm uma ideologia por trás”. Segundo ele, os “Estados Unidos, China e Brasil ratificaram o acordo de Paris. Tem muito a ser feito, o tema de mudanças climáticas é muito novo na humanidade e é muito novo no mundo empresarial “.
Já Wagner Siqueira Pinto, gerente executivo da Unidade Desenvolvimento Sustentável do Banco do Brasil, falou sobre mudança climática, crise hídrica e questões geopolíticas. “São assuntos que predominam nessa agenda de risco global. Então você está trazendo para a agenda empresarial toda essa questão socioambiental e se evidencia a inter-relação que já se apresentava lá atrás: econômico, social e ambiental estão entrelaçadas, interconectadas. Isso a gente está sentindo no dia a dia”, afirmou.
O Banco do Brasil tem aplicado na carteira de agronegócio brasileiro algo em torno de R$ 180 bilhões, um exemplo de negócio sustentável com foco na economia verde. De acordo com Alvaro Schwerz Tosetto, gerente executivo da Diretoria de Agronegócios do Banco do Brasil, “o que cabe ao banco como principal agente financeiro do agronegócio brasileiro é oferecer produtos e serviços financeiros que possam suportar esse crescimento na produção, que é necessário para o agronegócio, mas que seja feita com preservação dos fatores de produção”.
A linha de Agricultura de Baixo Carbono no Banco do Brasil está próxima de R$ 10 bilhões. “Existem outras possibilidades em que o financiamento é feito para plantio direto, que evita revolver o solo, favorece a captura de carbono e evita emissão de carbono, melhora a retenção de água nesse solo, a compactação do solo. São 17 bilhões de reais emprestados em créditos para o custeio de lavouras feitas no sistema de plantio direto em um total de seis a sete milhões de hectares nesse modelo”, finalizou Tosetto.
Por Júlia Ramos, para o Instituto Ethos.
Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes