Criar e desenvolver uma cultura sustentável é desafio de toda a sociedade, a começar pelas grandes empresas. A educação e o bom uso da tecnologia são fatores indispensáveis para que uma mudança de paradigmas ocorra e muitos desses aspectos estarão em discussão na Conferência Ethos 360°, que também debaterá o desenvolvimento de negócios sustentáveis, fará análise de negócios de sucesso e incentivará a discussão de políticas públicas.
Um dos patrocinadores do evento é o Banco do Brasil, para o qual essa mudança de cultura é estratégica, pois motiva o consumo responsável, tanto de recursos naturais como de produtos e serviços financeiros.
Para, Robson Rocha, vice presidente de Gestão de Pessoas e Desenvolvimento Sustentável do banco, a Conferência Ethos “está alinhada às estratégias do Banco do Brasil, ao estudar e aprimorar modelos de desempenho financeiro e incentivar melhores práticas de governança e responsabilidade socioambiental”.
Veja a seguir a entrevista concedida por Rocha ao Instituto Ethos.
Instituto Ethos: Como a educação e a tecnologia podem estimular uma nova cultura sustentável de consumo?
Robson Rocha: A sustentabilidade no consumo é um processo de contínuo aprimoramento, que depende da mudança de percepções e valores, sendo a educação e a tecnologia imprescindíveis neste processo. Para o Banco do Brasil essa mudança de cultura é estratégica, pois motiva o consumo responsável, tanto de recursos naturais como de produtos e serviços financeiros.
O BB adota o tema causa “Água” como principal eixo de atuação em suas ações para a sustentabilidade, apoiadas em fatores sociais, econômicos e ambientais, considerados de alta relevância para o desenvolvimento sustentável do país. O estímulo à nova cultura sustentável de consumo permeia várias ações e estratégias, desde a mudança de comportamento e valores, por meio de um plano de educação para o consumo responsável, até modelos de negócios voltados para o desenvolvimento de produtos e serviços financeiros com viés socioambiental.
A mobilização do público interno e externo em temas e datas comemorativas relacionadas ao meio ambiente permite mostrar novas maneiras e tecnologias para o consumo de recursos naturais e as melhores possibilidades de destino e tratamento de resíduos sólidos urbanos.
Internamente, essa mobilização se dá por meio do Programa Ecoeficiência do BB, que engloba principalmente práticas do Programa Coleta Seletiva, Programa Conservação de Energia (Procen), Programa de Uso Racional de Água (Purágua), Programa de Recondicionamento de Cartuchos de Impressoras, a certificação ISO 14001 de prédios, o inventário de emissões de gases do efeito estufa (GHG Protocol), a certificação FSC (Forest Stewardship Council) e os projetos de Agências Verdes.
A educação ocorre fortemente por meio do incentivo da Fundação do Banco do Brasil às tecnologias sociais – produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com a comunidade –, representando efetivas soluções de transformação social, por meio do saber popular, organização e conhecimento técnico-científico. Nos negócios, a estratégia está em adotar educação financeira para públicos recém-incluídos no sistema bancário. O consumo responsável de produtos e serviços financeiros, ainda é abordado em campanhas publicitárias, nas instruções de uso e na orientação prestada pelos funcionários.
Além disso, divulgamos e adotamos práticas negociais e administrativas de sustentabilidade para o crédito, que engloba diversos setores da economia, como agronegócios, energia elétrica, construção civil e mineração, entre outros. Essas práticas, alinhadas aos princípios de responsabilidade socioambiental, contribuem para a mitigação do risco socioambiental, reduzindo os impactos de seus financiamentos e investimentos e identificando oportunidades de atuação na cadeia de valor dos negócios sustentáveis.
Temos a convicção de que o sucesso de estratégias e projetos necessita do investimento em capital humano, integrado a tecnologias, que potencializam o salto de qualidade e a sustentabilidade do negócio.
Perante um cenário de demandas urgentes e amplas, o BB renova seu compromisso com a cultura sustentável de consumo por meio das diretrizes da nossa Agenda 21 (plano de ação em sustentabilidade), que contribuem para mudar o modelo de produção e consumo vigente.
IE: Como identificar novas práticas de negócios sustentáveis?
RR: A identificação de novas práticas de negócios sustentáveis ocorre no dia a dia, na identificação de soluções para as necessidades dos clientes. Ao apoiar atividades produtivas por meio da mobilização de agentes econômicos, sociais e políticos, é possível identificar essas necessidades e promover novas práticas de negócios, que proporcionem geração de trabalho e renda e contribuam para a inclusão e transformação produtiva e social.
Para que isso ocorra, é necessário que inicialmente exista a decisão estratégica de assumir compromisso com a responsabilidade socioambiental, adotando a sustentabilidade como diretriz e redesenhando processos, produtos e serviços. Esse referencial é adotado no BB por meio da nossa Agenda 21, que está na quarta versão e apresenta com 92 macroações resultantes de consultas realizadas com os diversos públicos de relacionamento do BB – funcionários, investidores/acionistas, fornecedores, clientes, a sociedade civil e especialistas em sustentabilidade.
Essas consultas são enriquecidas com espaços para debate e intercâmbio de experiências empresariais reais de sucesso e de fracasso sobre a implantação e disseminação da responsabilidade social corporativa.
Para o Banco do Brasil, a busca por alternativas de negócios que gerem retorno e, ao mesmo tempo, benefícios à sociedade e ao meio ambiente é estratégica, pois estabelece relações duradouras com os clientes, fundamentadas na transparência e na confiança.
Para saber informações atualizadas sobre sustentabilidade no Banco do Brasil, acesse http://www45.bb.com.br/docs/ri/ra2013/port/ra/11.htm.
Por Denise B. Fejgelman, do Instituto Ethos