“Mais do que novos modelos de geração de energia, o país precisa aperfeiçoar a gestão do sistema elétrico e cortar desperdícios”, diz Edgard Franco.

Uma atividade da Conferência Ethos 360° desenvolvida em parceria com a Schneider Electric terá como tema “Gestão e Eficiência Energética: Oportunidades para Sustentabilidade nas Empresas”. O debate vai reunir Paulo Pianez, diretor de Sustentabilidade do Carrefour, e Edgard Franco, vice-presidente de Energy & Sustainability Services da Schneider Electric.

Atendendo a nosso pedido para falar rapidamente sobre os assuntos que serão levados à Conferência, Edgard Franco nos deu esta breve entrevista.

Instituto Ethos: Para a Schneider Electric, qual é a importância de patrocinar um evento como a Conferência Ethos, que vai discutir sustentabilidade, novos modelos de gestão e inovação nos negócios?
Edgard Franco: Especialista em gestão de energia, a Schneider Electric reforça, em 2014, seu apoio e presença na Conferência Ethos, evento em que encontra o ambiente para fazer eco à sua missão de ajudar pessoas, empresas e cidades a aproveitar o máximo de sua energia, utilizando de forma eficiente os recursos do planeta.

IE: Como a Schneider Electric relaciona a eficiência energética com o desenvolvimento sustentável?
EF: Hoje 60% das emissões são geradas pelo consumo de energia. Essa situação pode se complicar ainda mais se considerarmos que a demanda por energia deve aumentar em razão da crescente urbanização, industrialização e das novas tecnologias. Por isso, para alcançar a meta de redução das emissões e atender a essa demanda, não basta ampliar nossa matriz com a introdução de outras fontes de energia renovável. É preciso cortar o desperdício. E a Schneider Electric tem tecnologias para ajudar cidades, empresas e cidadãos a entender, medir e tornar mais eficientes o consumo e o uso dos recursos naturais.

IE: Qual é a importância de investir em novos modelos de geração de energia no Brasil?
EF: O Brasil é o quinto emissor do planeta. Além de investir em novos modelos de fontes de energias renováveis, as quais têm um menor fator de emissões para ampliar e manter o percentual da matriz energética limpa, o país necessita otimizar o que temos de forma inovadora e sustentável.

Mais do que novos modelos de geração de energia, o Brasil precisa aperfeiçoar o modelo de gestão do sistema elétrico e cortar os desperdícios. Estudo recente do Conselho Americano para Economia Energeticamente Eficiente (ACEEE) apontou que o Brasil tem um dos piores desempenhos em eficiência energética entre as 16 maiores economias do mundo, responsáveis por 71% do consumo de eletricidade e 81% do PIB global. Ocupamos a 15ª posição entre 16 nações. No topo está a Alemanha. A eficiência energética foi um dos pilares da transformação do sistema de energia daquele país, ao lado da expansão das fontes renováveis. Entre as ações da Alemanha para chegar a essa marca estão subsídios de até 30% para melhorias na eficiência de seus processos de fabricação por meio da atualização de tecnologias e equipamentos, metas de 20% na redução do consumo primário de energia para 2020 e de 50% para 2050 em relação aos níveis de 2008 etc. Para nós, a energia mais barata e limpa é aquela que não foi produzida.

Por Denise B. Fejgelman, do Instituto Ethos