Às vésperas das eleições municipais, Oded Grajew, Jorge Abrahão e Daniela Castro debateram os desafios do desenvolvimento sustentável nas cidades brasileiras.

“A lógica política é a lógica do poder”, sentenciou Oded Grajew, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo, durante a palestra que reuniu Jorge Abrahão, diretor-presidente do Instituto Ethos, e Daniela Castro, diretora executiva da Atletas pelo Brasil.

O tema torna-se mais relevante uma vez que 85% da população é urbana, e demanda objetivos para um desenvolvimento sustentável. Nesse sentido, Grajew assegura que “não haverá mudança, a menos que a sociedade comece a apresentar seus valores como metas a serem alcançadas pelo poder público”.

Coordenador-geral Rede Nossa São Paulo, o executivo informou que o órgão, a Rede Social Brasileira por Cidades Justas, Democráticas e Sustentáveis e o Instituto Ethos lançaram o Programa Cidades Sustentáveis, oferecendo aos gestores públicos uma agenda completa de sustentabilidade urbana. Estruturado em 12 eixos temáticos, a ferramenta incorpora de modo integrado as dimensões social, ambiental, econômica, política e cultural. Dessa forma, elenca indicadores para os municípios.

É importante que se diga que há uma área no portal do Programa Cidades Sustentáveis, denominada Observatório, com informações para um planejamento da administração do município, como também para que a sociedade possa acompanhar o que acontece em sua cidade.

Como a política pública acontece nas cidades, a Atletas pelo Brasil informou que possui uma plataforma web para os municípios apresentarem seus indicadores. “Os relatórios da instituição medem não só a evolução dos indicadores, como os desafios das prefeituras nas questões sociais”, disse Daniela, destacando que a sociedade civil precisa entender os desafios internos do poder público. A Atletas pelo Brasil também instituiu o Programa Cidade nos Esportes, visando promover a prática esportiva como educação no País.

O diretor-presidente do Instituto Ethos sustenta que quando há uma efetiva participação da sociedade, o imaginável acontece. “E, nós do Ethos, estamos contribuindo para a transparência e integridade das cidades”, salientou Abrahão, acrescentando ainda que é preciso regulamentar a lei de acesso à informação e a lei anticorrupção empresarial.

 

Por Zulmira Felicio, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes