Ministro de Minas e Energia esteve presente no evento pré-COP21, coordenado pela Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), em São Paulo.
A organizações que representam o setor empresarial nas discussões sobre mudança climática se reuniram em 12 de novembro, em São Paulo, para o seminário “Implicações e Oportunidades para o Meio Empresarial diante da Nova INDC Brasileira” (Contribuições Nacionalmente Determinadas Pretendidas, em tradução livre). O evento, que tem apoio do British Council, é uma realização da Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), que é formada por Instituto Ethos, Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas (GVces), CDP, Pacto Global e Instituto Envolverde.
Fizeram parte da mesa o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani e os CEOs Wilson Ferreira Junior, da CPFL, Rogerio Zampronha, da Vestas, e José Édison Barros Franco, da InterCement.
Rogério Zampronha, que preside a líder mundial no setor de eólica, representou o CEBDS, que vem desenvolvendo propostas com o governo nas áreas de renováveis e de eficiência energética por meio do Conselho de Líderes. A Vestas está investindo R$ 100 milhões em uma nova fábrica em Aquiraz, município próximo a Fortaleza, que será inaugurada no fim do ano. “O Brasil tem enormes vantagens comparativas nessa área. Nenhum segmento em energias renováveis é mais competitivo que a eólica”, afirmou.
Para ele, a meta voluntária do Brasil para energia eólica é bem factível. “Além de o vento ser muito bom, constante e forte, o Brasil tem uma cadeia de suprimentos sólida e bem desenvolvida nessa área”, concluiu.
Sobre a ampliação do uso de renováveis, como previsto nas INDCs, por meio da expansão da geração de eólica e solar, e o fato de poder ser uma boa alternativa face à falta de água no Brasil, Zampronha comentou que “se não fosse a energia eólica, o Nordeste estaria passando por muitos problemas de falta de energia. A meta de 23% de renováveis na matriz brasileira é ambiciosa e os desafios são os gargalos de infraestrutura”.
O grupo discutiu como o setor pode atuar para que o Brasil consiga cumprir o compromisso de reduzir as emissões de gases em 37% até 2025. A nova INDC foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff em setembro deste ano, em Nova York. A intenção é estabelecer formas mais proativas de participação do empresariado brasileiro na promoção de uma economia de baixo carbono. Além disso, foram discutidas as consequências e as oportunidades geradas pela nova meta, assim como as necessidades de adequação dos setores produtivos.
O Ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que o Brasil precisa enfrentar o desafio de substituir 15 gigawatts em usinas térmicas ineficientes, caras e poluentes por novas formas de geração, mais limpas e baratas. “O desafio é como descontratar esses 15 GW. Ouço dizer que esses contratos são ‘imexíveis’, mas não são, existem cláusulas”, afirmou Braga.
Cooperação internacional
O evento contou com apresentação da Embaixada do Reino Unido no Brasil sobre as oportunidades de cooperação bilateral em clima. British Council e Ministério do Meio Ambiente anunciaram uma parceria para a coordenação dos investimentos do Newton Fund em uma Plataforma de Conhecimento em Adaptação às Mudanças Climáticas. A iniciativa será implementada em parceria com o Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getulio Vargas (GVces) e o International Institute for Environment and Development (IIED).
Por Envolverde.