No dia 14 de maio, o Instituto Ethos realizou mais uma edição do evento “Conversa com Lideranças”, encontro exclusivo para associadas, desta vez sediado na Marsh McLennan Brasil, em São Paulo. A pauta central foi o Relatório de Riscos Globais 2025, produzido anualmente em parceria com o Fórum Econômico Mundial e apresentado em Davos. O estudo oferece uma análise profunda sobre os riscos mais urgentes que impactam negócios e sociedades em todo o mundo. 

O debate foi conduzido por Patrícia Garrido, do Instituto Ethos, e contou com a presença de Andrea Alvares, presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos. Participaram também executivos das empresas do grupo Marsh McLennan: Eduardo Marchiori (presidente da Mercer Brasil), Eugenio Paschoal (CEO da Marsh McLennan Brasil), Felipe Nicola (principal da Oliver Wyman), Paula Lopes (presidente da Marsh Brasil) e Ricardo Ciardella (CSO da Guy Carpenter). 

Eugenio Paschoal abriu os trabalhos trazendo o contexto do relatório, que mapeia os principais riscos globais com base em pesquisas com especialistas de diversos setores. Para 2025, os riscos mais citados incluem desinformação, eventos climáticos extremos, conflitos geopolíticos, polarização social e espionagem cibernética. Segundo ele, esses riscos são interconectados e têm potencial de agravar desigualdades sociais e econômicas em escala global. 

Eduardo Marchiori destacou os desafios do envelhecimento populacional e da desigualdade no acesso à previdência e à saúde. Ressaltou também a responsabilidade das empresas em promover inclusão geracional e educação financeira, diante da crescente longevidade da força de trabalho. 

Na sequência, Paula Lopes trouxe a perspectiva sobre riscos tecnológicos, climáticos e cadeias de suprimento. Ela destacou a importância da conscientização sobre seguros como ferramenta de resiliência e apresentou soluções desenvolvidas pela Marsh para antecipar e mitigar riscos operacionais. 

Felipe Nicola abordou o papel das finanças de transição no enfrentamento das mudanças climáticas, apontando que o setor financeiro brasileiro está se movimentando para oferecer instrumentos de capital direcionado à sustentabilidade. Ele enfatizou que o Brasil tem grande potencial para atrair investimentos que contribuam para a mitigação de riscos ambientais. 

Por fim, Ricardo Ciardella reforçou o impacto econômico dos desastres naturais e a baixa penetração de seguros no Brasil. Segundo ele, apenas 6% das perdas da tragédia recente no Rio Grande do Sul estavam cobertas por apólices, o que evidencia a urgência de se ampliar a cultura de gestão de riscos no país. 

Andrea Alvares encerrou o encontro com uma reflexão sobre a responsabilidade coletiva na construção de uma nova lógica de desenvolvimento. “Não existe separação entre os riscos do mundo e nossas escolhas diárias. É preciso envolvimento real das lideranças para transformar o modo como vivemos, produzimos e nos relacionamos com o planeta”, afirmou. 

O evento evidenciou a importância de debates qualificados entre empresas, organizações e especialistas para que os dados apresentados no Relatório de Riscos Globais sejam traduzidos em estratégias concretas de adaptação e transformação.