As contribuições de cada país a serem enviadas à COP incluem metas e processos de planejamento para contribuir com a redução na emissão de CO2.
ETHOS CLIMA – O Fórum Clima – Ação Empresarial sobre Mudanças Climáticas, grupo de trabalho cuja secretaria executiva é realizada pelo Instituto Ethos, reuniu-se em 31 de março com o objetivo de atualizar seus integrantes sobre os principais pontos destacados pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura no documento que será entregue ao governo brasileiro com a finalidade de influenciar no estabelecimento das metas nacionais a serem acordadas na COP 21, prevista para ocorrer em Paris, no final do ano.
Também estiveram na reunião integrantes do B Team, iniciativa realizada por um grupo de líderes globais com o objetivo de mudar a atual maneira de criar e gerir negócios, visando o melhor para as pessoas e para o planeta, gerando lucros.
Marina Ferro e Flávia Resende, ambas coordenadoras de Práticas Empresariais e Políticas Públicas do Instituto Ethos, enfatizaram a importância da troca de experiências entre os representantes das iniciativas participantes.
O B Team e a meta zero
Grupo composto por líderes das mais renomadas empresas do mundo, o B Team se comprometeu a reduzir a zero as emissões de gases de efeito estufa até o ano de 2050. O recente comprometimento com a meta surgiu depois dos debates realizados durante a COP 20, em Lima, no Peru, em dezembro do ano passado, quando se afirmou, por meio de pesquisas e avaliações científicas recentes, que o risco ambiental é grande caso não haja a delimitação do aumento da temperatura global em até 2 graus centígrados.
Os líderes do B Team acreditam que, com a implementação da meta zero até 2050, demonstrarão que colocar o mundo numa trajetória de baixo carbono é a única forma de manter os limites de temperatura em níveis seguros. Assim, as empresas reunidas no B Team irão incorporar ações climáticas em suas estratégias, estimulando a inovação e o investimento em energia limpa e apoiando o crescimento econômico.
Como grandes líderes globais, os integrantes do B Team acreditam que a transição para uma economia de baixo carbono é uma oportunidade histórica, desde que realizada de forma justa e colaborativa e manuseada com responsabilidade, de forma a trazer diversos benefícios econômicos para os todos os países, incluindo novos empregos, ar mais limpo, melhora na saúde, redução da pobreza e maior segurança energética.
Plano Nacional de Adaptação
O encontro contou ainda com a participação de Juliana Speranza, responsável pelo Observatório de Políticas Públicas de Mudanças Climáticas do Fórum Clima/Instituto Ethos, que vem apoiando o GT desde 2012. Ela apresentou aos membros do grupo detalhes de um artigo que o Observatório está produzindo sobre as políticas públicas no Brasil para adaptação às mudanças climáticas.
O objetivo do documento é contribuir com as discussões em torno do Plano Nacional de Adaptação (PNA), que está em processo de elaboração pelo Ministério do Meio Ambiente. Para isso, o artigo faz um mapeamento das iniciativas estaduais de adaptação e destaca que as ações das cidades e Estados devem ser monitoradas e questionadas para que o processo possa ser bem-sucedido. “É muito importante que a esfera local seja considerada na construção do PNA, porque os impactos das mudanças climáticas recaem primeiramente nos Estados e municípios”, comentou Juliana. “Entendemos que é desafio do governo federal fazer uma concertação federativa das iniciativas estaduais de adaptação”.
Outro tema discutido pelo grupo foi a contribuição do Instituto Ethos para o capítulo setorial “Indústria” do PNA, que enfoca as oportunidades criadas para as empresas, destacando que as possibilidades de inovação do setor para adaptar-se às mudanças climáticas no país podem favorecer a promoção do bem-estar social.
Por Lincoln Terashima, do Instituto Ethos