Estima-se que a perda de água no Brasil gera um prejuízo de R$ 8 bilhões de reais por ano. Empresas e indústrias devem tentar zerar o desperdício desse recurso tão precioso para a humanidade.

Evitar a qualquer custo a perda de água no Brasil é um consenso entre os interlocutores da mesa. O ponto mais sensível apontado está na fase distribuição. Ou seja, a perda maior é de água tratada, algo muito grave e urgente, segundo apontaram Beatriz Martins Carneiro, secretária executiva do Pacto Global das Nações Unidas no Brasil, Alceu Segamarchi Junior, secretário nacional de Saneamento Ambiental, Ernani Círiaco de Miranda, diretor de Articulação Institucional da Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental, e Mario Pino, gerente corporativo de Desenvolvimento Sustentável da Braskem.

Outra questão importante é urgência da articulação local, em razão de o descaso ocorrer em pontos múltiplos, onde estão as nascentes e as bacias hidrográficas, além das cidades que detêm esse bem. Sendo a água um bem local, a ação do homem, dos gestores e das empresas ocorre para que ela chegue a todos e, por esse motivo, todos devem estar envolvidos.

Segamarchi Junior condenou o fato de que a iniciativa privada vê como ótimo um nível de perda entre 15% e 20%. Para ele, do ponto de vista ambiental, o nível ideal só será alcançado quando a perda for zero.

Já Miranda afirmou que as organizações tendem a acreditar que reduzir mais as perdas é sinônimo custo, mas lembra que, se não tiverem água, não há o que vender. Ele estimou em R$ 8 bilhões por ano a perda de água total no Brasil, ou cerca de 37% do volume.

A conclusão dos especialistas é de que a gestão precisa ser melhorada, a população precisa cobrar gestores e empresas devem se capacitar. Foram citados programas como o Com + Água do governo federal, que trabalha as companhias da Bahia e Pernambuco, estados que buscaram a capacitação gratuita de forma proativa.

 

Por Maíra Teixeira, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes