Gerson Pinto, da Natura, Jair Ribeiro Chagas, do Núcleo de Inovação Tecnológica da Unifesp, e Selma Shibuya, da Agência USP de Inovação, debatem sobre parcerias entre empresas e universidades.

Gerson Pinto, vice-presidente de Inovação da Natura, Jair Ribeiro Chagas, diretor do Núcleo de Inovação Tecnológica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Luciana Hashiba, diretora de Inovação da Natura, e Selma Shibuya, analista de transferência de tecnologia da Agência USP de Inovação, reuniram-se no segundo dia da Conferência Ethos 360º para promover um debate sobre “Inovação aberta: inovação por meio de parcerias entre empresas e universidades”.

Gerson Pinto iniciou o diálogo, afirmando que a perspectiva dos últimos anos é de que houve uma evolução bastante importante, mas não é o suficiente: “Evoluímos em vários aspectos com relação à inovação no Brasil, porém o desafio orçamentário é uma realidade para a gente estimular cada vez mais programas de inovação. A gente tem ainda, embora tenha aumentado, um número pequeno de empresas que fazem desenvolvimento tecnológico. A interação de universidade e empresas vai ser importante para mover a inovação para outro patamar no Brasil”.

De acordo com Jair Ribeiro, “a inovação precisa ser discutida nos seus diferentes aspectos. Tem uma onda crescente muito importante de pessoas que acreditam na inovação aberta e colaborativa, com regras pré-definidas que garantam aos participantes retornos futuros, desde que eles tenham contribuído para a geração daquele conhecimento. Então acho que a oportunidade de discutir esses temas é muito importante. A transferência de tecnologia no país, das universidades para empresas, é algo que está acontecendo, mas ainda é muito aquém”.

A Natura, que realiza parcerias com universidades, institutos, Jardim Botânico e museus há mais de dez anos, é referência no assunto. “Para nós é uma crença de que a geração de conhecimento que nós fazemos dessa forma pode se transformar em inovação. A hora que chega uma empresa para perto disso, estabelece parcerias, projetos em cooperação, a gente acredita que o conhecimento se torna inovação ao chegar ao mercado”, afirmou Luciana Hashiba.

“A gente precisa estabelecer uma rede, não só das instituições, mas rede das pessoas que se envolvem nesse tema por acreditar que é assim que a gente deveria fazer a inovação aberta que, justamente, ela não tem regras tão claras, mas os atores que estão fazendo a Inovação acabam construindo a forma melhor de fazer. E para nós, esse centro é uma tangibilização dessa nossa crença de que realmente conseguimos gerar valor para todos os atores envolvidos e também retribuir para a própria sociedade todo investimento que é feito”, finalizou.

Para Selma Shibuya, “há de se contextualizar a realidade brasileira, pois hoje a grande produção científica, a maior parte dela está concentrada nas universidades e, principalmente, nas universidades públicas. Então, neste contexto, você trazer a empresa para junto da universidade é de fundamental importância para que você possa gerar inovação. A Agência USP de Inovação foi estabelecida em 2005. Ela tem 11 anos na vanguarda nesse sentido e tem como missão, como principal proposta fazer com que todo o conhecimento gerado dentro da Universidade possa promover o desenvolvimento sócioeconômico do Estado de São Paulo, auxiliar a sociedade como um todo”.

 

Por Júlia Ramos, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes