No final dos anos 2000, quando os primeiros smartphones chegaram às prateleiras, poucos imaginavam que eles deixariam de ser apenas facilitadores da comunicação e teriam o poder de empoderar comunidades com alto índice de pobreza.

Durante o segundo dia da Conferência Ethos 360º, Roger Ford, diretor da Accenture, foi responsável pela palestra que abordou sobre a “Disrupção digital no setor de desenvolvimento internacional”. Segundo ele, a empresa tem trabalhado na questão desde 1945. “Hoje existe bastante discussão desse modelo de desenvolvimento com duas tendências principais: a tecnologia e o mundo digital. A proliferação dos celulares, por exemplo, tem tido uma consequência inédita, acabou dando transparência e também capacidades novas às pessoas dos mundos em desenvolvimento, àqueles que não têm acesso a água limpa e eletricidade. Assim, com os smartphones eles conseguem agora utilizar isso para seu próprio empoderamento, crescimento econômico e mesmo para própria comunicação”, afirmou.

Segundo Ford, ONGs internacionais, fundações privadas, doadores multilaterais como as Nações Unidas ou Banco Mundial, e empresas de produtos ou bens de consumo, como petróleo, têm trabalhado bastante nesse modelo de negócio: “essas empresas estão bastante interessadas em trabalhar nesses setores. A ideia sempre tem a ver com responsabilidade social corporativa, é envolvê-los nesses objetivos do desenvolvimento sustentável e conseguir transformá-los em negócios, criando iniciativas que tenham impacto social significativo”.

A Accenture é “o nexo entre o desenvolvimento internacional e as empresas. Nos últimos 13 anos temos tido esse papel. A gente tem trabalhado com fins lucrativos, criando o impacto social e retendo nossos funcionários. Sabemos que há 13 anos, por exemplo, havia uma diferenciação bastante competitiva para os nossos clientes comerciais e seu envolvimento com a Accenture. Acreditamos que conseguimos ser muito inovadores dentro da Accenture com esse trabalho. Somos uma das empresas de consultoria que trabalha com o aspecto da integração em todo o mundo. Temos uma série de unidades de negócios, todas aplicadas e dedicadas ao desenvolvimento internacional, uma delas com foco exclusivo em estratégia para este segmento. Muitos dos clientes com os quais trabalhamos precisam de estratégias operacionais e também de mercado. Temos uma consultoria que é uma das melhores com relação a cadeia logística para dar suporte aos talentos, à eficiência operacional”, destacou.

 

Por Júlia Ramos, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes