No dia 30 de julho de 2025, foi lançado o relatório da nova edição da pesquisa “Sustainability at a Crossroads” da GlobeScan, em parceria com o ERM Sustainability Institute e a Volans, em São Paulo.
O estudo ouviu 844 especialistas em sustentabilidade em 72 países em todo o mundo. Um dos principais resultados é que a maioria dos especialistas em sustentabilidade acredita que a forma como a agenda da sustentabilidade é conduzida precisa ser revista, e mais da metade afirma que isso precisa ser feito urgentemente. Além disso, a pesquisa revelou um dado preocupante: 70% dos especialistas relatam uma reação significativa contra a agenda da sustentabilidade, incluindo ASG (ESG), em seus países, um aumento de 13 pontos percentuais em comparação com 2024. Essa resistência é mais acentuada na América do Norte, onde 91% dos especialistas a observaram, enquanto na Ásia-Pacífico o número cai para 38%.
O evento de apresentação do relatório contou com a participação de Álvaro Almeida, diretor da GlobeScan no Brasil e América Latina, que trouxe destaques regionais da pesquisa. Ele também moderou um painel com lideranças brasileiras no campo da sustentabilidade: Andrea Álvares, presidente do Conselho do Instituto Ethos e conselheira da GlobeScan; Angela Pinhati, CSO da Natura &Co; e Malu Paiva, VP de Sustentabilidade, Comunicação e Marca da Suzano. Durante o encontro, foram discutidas as principais tendências para os próximos cinco anos, os fatores que contribuem para o enfraquecimento da agenda (como o declínio da confiança em organizações da sociedade civil, incluindo ONGs e a ONU, e a baixa confiança em estruturas globais), e os caminhos possíveis para que governos, empresas e sociedade civil avancem em compromissos concretos.
Entre os destaques da pesquisa estão as ações consideradas de maior impacto e viabilidade para orientar a agenda nos próximos cinco anos. Do lado da sociedade civil, ganham força a educação e capacitação para lideranças em sustentabilidade (59%) e o advocacy por melhores políticas públicas (58%). Já para o setor empresarial, a pesquisa reforça a importância de:
- Inovação tecnológica e P&D para soluções sustentáveis, que lideram com 70% de impacto e alta viabilidade.
- Colaboração intersetorial.
- Engajamento da cadeia de valor.
- Uso da Inteligência Artificial, que é considerada de alta viabilidade, mas de baixo impacto para o setor corporativo.
A pesquisa também revela que, embora a maioria dos especialistas considere os choques políticos e econômicos globais uma ameaça à sustentabilidade, respondentes da América Latina e Ásia-Pacífico reportam maior otimismo, frequentemente vendo essas interrupções como oportunidades para o avanço. Essa perspectiva regional é um ponto de destaque apresentado pela pesquisa.
O relatório completo está disponível e oferece insumos estratégicos para organizações que desejam alinhar sua atuação aos desafios contemporâneos da sustentabilidade, com base em evidências e perspectivas globais.