Modificar processos de ciclo de vida dos produtos e adaptar-se a novas tecnologias estão entre os desafios de pequenas e médias empresas.

Para sobreviver em um ambiente onde a mortalidade de pequenas e grandes empresas ainda é alta torna-se imperativo buscar novas tecnologias e adaptar-se às diretrizes de sustentabilidade. As estratégias para alcançar esses objetivos e as oportunidades que se criam neste cenário foram tema do painel “Inovação e sustentabilidade em pequenas e médias empresas”, oferecido pelo Santander.

Um exemplo de como os novos tempos podem representar uma chance de abrir portas no mercado foi dado por Felipe Bottini, consultor sênior e fundador das empresas Green Domus Desenvolvimento Sustentável e Neutralize Carbono. Ambas são especializadas em projetos de sustentabilidade e oferecem serviços como inventários de emissões, contratação de fretes com emissões neutralizadas e relatórios de sustentabilidade. “Desenvolvemos uma metodologia para fazer o inventário de emissões em eventos, algo que não existia antes. Nosso primeiro case foi com o Rock in Rio”, diz o empreendedor.

Mas a sustentabilidade não representa apenas uma oportunidade de mercado, ela traz necessidade de adaptar processos internamente. Para ajudar os empresários nesse sentido a Fiesp lançou no ano passado o Guia de Produção e Consumo Sustentáveis: Tendências e Oportunidades para o setor de negócios. “Esse guia foi elaborado em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Agora o próximo passo será elaborar estudos setoriais”, diz Marlúcio Borges, diretor adjunto do departamento de Meio Ambiente da Fiesp.

Para Jorge Thompson, superintendente executivo do Santander e responsável pelo Comercial do Segmento Empresas 1&2, é importante que o mercado financeiro escute os pequenos e médios empresários para saber quais soluções eles precisam. Oferecer acesso a produtos adequados ao segmento colabora para que eles possam ter mais sucesso em suas atividades. “Produtos financeiros bancários são commodities. Capital de giro é igual em qualquer banco. Por isso decidimos escutar a demanda dos empreendedores”, explica ele. Com base nisso, a instituição lançou globalmente o Programa Avançar que se propõe a agilizar a contratação de produtos, oferece cursos para troca de experiências e networking, disponibiliza uma ferramenta para auxiliar na contratação de estagiários e para incentivar a internacionalização. “Temos um simulador para avaliar custos de exportação, de embarque e de impostos que facilita o planejamento e acesso a mercados externos”, explica.

Segundo Linda Murasawa, superintendente executiva da área de Sustentabilidade do Santander, outro aspecto fundamental para a sobrevivência das PMEs é a cooperação. “O mercado está mudando e está sendo pressionado por novas legislações. Trabalhar de uma economia colaborativa é uma necessidade que se faz cada vez mais presente. Se cada um tentar buscar sozinho o sucesso, não vai conseguir”, destacou ela, acrescentando que reunir vários players para troca de experiências é de grande importância.

 

Por Adriana Carvalho, para o Instituto Ethos.

 

Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes