Como facilitar o trabalho com pessoas cuja opinião divergem entre si, de modo que a discordância venha ser enriquecedora para construção de novas realidades?
A administração de situações de conflito é fundamental para as empresas, governo e sociedade civil, mas ainda se apresenta como algo desafiador. Como trabalhar com pessoas cujas opiniões divergem entre si, de modo que a discordância venha ser enriquecedora?
Christel Scholten, diretora executiva da Reos Partners no Brasil, esteve na Conferência Ethos 2016 e trouxe aos presentes uma dimensão mais clara de como usar os métodos de cenários transformadores e laboratórios sociais para facilitar mudanças sistêmicas.
Para o bom funcionamento dessa atual complexa sociedade, é necessário que se desenvolvam habilidades de cooperação. “A discordância é inevitável e ela tem seu valor”, afirma Scholten, mas é preciso trabalhar com essa discordância para que se crie uma oportunidade e não um complexo conflito.
Entender as três dimensões da complexidade (dinâmica, generativa e social) é fundamental para criar processos e estruturas de trabalho que operem considerando esses fatores na resolução de conflitos, sem reduzir a complexidade do problema na busca por uma solução ideal e unanime. É preciso abraçar as divergentes opiniões, organizá-las, sistematizá-las e trabalhar com elas em sua total complexidade para que se crie oportunidade de mudança sistêmica e efetiva.
A mudança sistêmica é um processo que requer envolvimento, energia, tempo e habilidades, mas com resultados satisfatórios. O Laboratório de Alimentação Sustentável é um exemplo de uma promissora iniciativa de mudança sistêmica. Primeiro laboratório social global e de larga escala, o Laboratório de Alimentação Sustentável trabalha com a incorporação da sustentabilidade ambiental, econômica e social no DNA do sistema tradicional alimentar e agrícola. Estão em curso atualmente 11 iniciativas globais e locais e mesmo depois de mais de 10 anos em atividade, o LAS continua a ser uma plataforma pioneira para a ação coletiva.
Por Letícia Paiva, para o Instituto Ethos.
Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes