É o que defende Emma Torres, consultora sênior do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ao lado de Guilherme Leal, copresidente de Administração da Natura, e Tasso Azevedo, engenheiro florestal.
Os desafios da implementação e os métodos de aplicação foram os assuntos que nortearam a mesa de debate da Conferência Ethos 360º que abordou sobre “O financiamento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)”, mediada por Guilherme Leal, conselheiro-fundador do Instituto Ethos e copresidente do Conselho de Administração da Natura. “Tem uma grande vantagem dos objetivos do milênio: eles integram mais um conceito de desenvolvimento sustentável. Nós vamos investir 90 trilhões de dólares em infraestrutura nos próximos 15 anos. A questão é que se trata de investir bem e não investir de maneira não sustentável. E temos que pensar como cada um de nós contribuímos para essas mudanças”, afirmou ele.
Os palestrantes Emma Torres, consultora sênior de Sustentabilidade do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), e Tasso Azevedo, engenheiro florestal, consultor e empreendedor social, ampliaram a discussão ao falarem sobre o papel dos setores público e privado e dos sujeitos para a implantação de cada uma das metas. Emma comentou que “são objetivos transformadores. A ideia dos objetivos do milênio é o que temos que ter. Vai ser uma demanda dos novos consumidores. A inspiração é mobilizar trilhões de dólares, e esse é o centro do problema. Precisamos mobilizar recursos do setor privado. As cidades também têm um papel central nessa transformação”.
Já Azevedo defendeu a utilização de recursos renováveis, como a agricultura de baixo carbono (ABC), que possibilita o aumento da produtividade e diminui o consumo de água: “a gente investe em agricultura algo em torno de 5 trilhões. Em energia, 2 trilhões. Em educação, outros 10 trilhões. Já o gasto em guerras e conflitos chega a 14 trilhões. Temos que redirecionar os gastos para se trabalhar com recursos renováveis”.
Por Júlia Ramos, para o Instituto Ethos.
Foto: Clovis Fabiano/Fernando Manuel/Adilson Lopes