A informação foi publicada no início do mês, em relatório da World Meteorological Organization (WMO), agência meteorológica da ONU.      

Em seu relatório publicado no início deste mês, a World Meteorological Organization (WMO), agência meteorológica da Organização das Nações Unidas (ONU), trouxe péssimas notícias acerca do futuro do planeta.

Além de confirmar que 2014 foi mesmo o ano mais quente da história, informou que desde 2000 já enfrentamos 14 dos 15 anos mais quentes já registrados.

“Neste século, ocorreram 14 dos 15 anos mais quentes. E a expectativa é de que o aquecimento global continue, devido aos níveis crescentes de emissão de gases de efeito estufa na atmosfera e à crescente temperatura na superfície oceânica, o que nos indica um futuro mais quente”, disse o secretário-geral da WMO, Michel Jarraud.

A média da temperatura em 2014 ficou 0,57ºC acima dos 14ºC, que são a média entre 1961 e 1990, período que é usado como referência.

 

 

“A tendência geral de aquecimento é mais importante do que a colocação no ranking de um ano sozinho. A análise de conjuntos de dados indicam que 2014 foi, nominalmente, o ano mais quente já registrado, apesar de haver pouca diferença entre os três anos mais quentes”, afirmou Jarraud.

A WMO divulgou a análise das temperaturas globais pouco antes das negociações sobre mudanças climáticas que estão ocorrendo em Genebra, entre 8 e 14 de fevereiro.

Oceanos

Cerca de 93% do excesso de energia preso na atmosfera pelos gases de efeito estufa acaba nos oceanos. Portanto, a quantidade de calor dos oceanos é importante para compreender o sistema climático.

As temperaturas da superfície dos oceanos alcançaram níveis recordes em 2014 no mundo todo. Mas, é preciso destacar que as altas temperaturas de 2014 ocorreram mesmo sem o fenômeno climático El Niño atingir força total.

Em geral, anos excepcionalmente quentes costumam ser associados à influência temporária do fenômeno climático conhecido como El Niño sobre os sistemas de pressão atmosférica. O fenômeno ocorre quando temperaturas da superfície marítima acima da média no leste tropical do Pacífico se somam em um ciclo que se retroalimenta perpetuamente. E isso pode afetar padrões climáticos.

Por exemplo: as altas temperaturas de 1998, o ano mais quente antes do século 21, ocorreram durante um ano em que o El Niño foi forte.

“Em 2014 o calor quebrou recordes, combinado com chuvas torrenciais, enchentes em muitos países e seca em alguns outros, e foi consistente com a expectativa de um clima que está mudando”, disse Jarraud.

A análise da WMO é baseada, entre outros fatores, em três conjuntos de dados complementares mantidos pelo Centro Hadley do Serviço Meteorológico britânico, pela Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, também na Grã-Bretanha, pela Agência Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), dos Estados Unidos, e pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS), operado pela Nasa.

O relatório final sobre a situação climática em 2014, com todos os detalhes de tendências regionais e eventos extremos pelo mundo será divulgado em março.

Fonte: BBC Brasil