Atividade da Conferência Ethos reúne Lourenço Bustani, CEO da consultoria Mandalah, e Ricardo Geromel, da Forbes, entrevistados por Cazé.       

“O jeito de fazer negócios está mudando ou continua igual?”, provocou Lourenço Bustani, CEO da consultoria de inovação Mandalah, norteando o viés de sua apresentação na Conferência Ethos 360°, moderada pelo apresentador Cazé. O executivo falou basicamente sobre como enfrentar a inércia e o medo com determinação para acelerar as mudanças necessárias.

Considerado pela revista Época, em 2012, como uma das 100 pessoas mais influentes do país, Bustani acredita que trazer propósito ao negócio agrega e diferencia. “Nossos propósitos de vida, a causa que nos move, devem ter espaço para ser levados para as discussões de negócios. Temos de permitir que isso flua mais, porque realmente não é coisa de ativista ou de riponga”, disse.

O empresário vai ao encontro do que se pratica em gestões consideradas ousadas, como a do Google, que partilham a ideia de que os colaboradores precisam se afinar com os valores e com a cultura da empresa e de que equipes eficazes são compostas por pessoas de variadas formações para promoção da diversidade de ideias e do equilíbrio no uso do cérebro, equacionando o racional e o emocional para ações e tomadas de decisão. Por outro lado, Bustani destaca que a carência educacional e de saúde, que ainda persistem como entraves no cenário brasileiro, são fatores que merecem solução imediata, sob pena de colocarmos em risco investimentos externos.

O “fazer o bem” e o alinhamento a propósitos genuínos de vida só costumam fazer parte da agenda dos bilionários quando a fortuna está consolidada, conta Ricardo Geromel, da revista Forbes. Após anos produzindo os perfis das pessoas mais ricas do mundo, o jornalista aponta alguns comportamentos comuns. Um deles é que “tubarão nada com tubarão e sardinha com sardinha”, ou, em outras palavras, que pessoas de grande poder aquisitivo se conectam com seus pares. O ambiente acadêmico é um grande canal para catalisar esses relacionamentos, como aconteceu com Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, que conheceu seus sócios enquanto fazia graduação.

Geromel alerta que não são somente pessoas com formação universitária que compõem a lista da Forbes. Dos bilionários mencionados, 15% não têm diploma. “Diploma não significa educação.” O que eles têm em comum, de acordo com o especialista, é que 66% são empreendedores, procuram circular nos meios de pessoas de alto poder aquisitivo, fazem filantropia, não têm medo do fracasso e praticam a escuta empática, ou seja, interessam-se verdadeiramente pelas histórias dos outros.

Atualmente, existem 1.645 bilionários na lista da Forbes, 65 deles brasileiros. Se depender do sucesso de empresários como o próprio Zuckerberg e Bill Gates, lembrados respectivamente pela inovação e filantropia, além de suas assinaturas no Facebook e na Microsoft, respectivamente, fica evidente o caminho de ser bem-sucedido sem optar por uma trajetória conservadora de gestão.

Veja a cobertura completa do evento em www3.ethos.org.br/ce2014/.

Por Ludmila do Prado, da Envolverde, para o Instituto Ethos

Foto: Fernando Manuel/Instituto Ethos