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Associadas Ethos se reúnem para debater comunicação inclusiva

O bate-papo contou com a presença de Pri Bertucci e Ivone Santana

21/05/2021

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A Roda de Diálogo Virtual do dia 19 de maio, que abordou o tema “Comunicação inclusiva, acessível e que respeite a nossa pluralidade”, discutiu as boas práticas que as empresas devem adotar ao lidar com esta questão.

A conversa foi mediada pela Juliana Soares, coordenadora de Relacionamento de Empresas Associadas do Instituto Ethos, que apresentou brevemente Pri Bertucci, fundador do SSEX BBOX  e Ivone Santana, diretora presidente no Instituto Modo Parités.  O bate-papo também contou com a participação de interpretes de libras para acessibilidade de pessoas surdas.

Além da participação do interprete de libras, todos os participantes fizeram a sua audiodescrição de como estavam no momento da gravação para acessibilidade de pessoas cegas. Pri ainda contribuiu com o “reconhecimento da terra”, ao detalhar historicamente onde estava e quem estava lá antes da colonização.

“Não há gestão de diversidade se não ter uma comunicação inclusiva” (Pri Bertucci)

Pri iniciou a sua fala destacando a importância de definir os pilares dentro da comunicação inclusiva, sendo estes: mulher, gênero e LGBTQIAP+. Para Pri, a comunicação inclusiva é um olhar, um exercício de enxergar a realidade por diferentes lentes, “é como se tivesse um novo óculos para perceber a realidade”, declarou.

Também explicou que essa lente é o entendimento de que todo o nosso sistema foi criado por dois outros termos mais abrangentes: branquitude e cisheteropatriarquia. Desta forma, a comunicação inclusiva vem como uma disruptura desta realidade.

Os participantes dialogaram sobre algumas palavras que não devem ser utilizadas em nosso cotidiano devido suas origens serem preconceituosas, tal como “denegrir” (tornar negro). Neste caso, devemos utilizar outra colocação não pejorativa, por exemplo, “difamar”.

Além de expressões racistas que estão estruturadas em nosso vocabulário, também foram observados termos capacitistas, trazendo o foco para a comunicação inclusiva com um olhar para PcD. Expressões como “a reunião está de pé” devem ser substituídas por “a reunião está pronta”, entre outras formas.

Pri apontou a diferença entre linguagem neutra e linguagem inclusiva e a importância de mesclar as duas:

  • A linguagem neutra (também conhecida como linguagem não binária) é quando utilizamos a letra “e” para substituir a flexão de gênero, por exemplo: “es convidades estão contentes com as informações trocadas em reunião” (os convidados estão contentes com as informações trocadas em reunião)
  • A linguagem inclusiva (ou não sexista) é quando optamos por não marcar o gênero nas frases, por exemplo: na frase “os diretores já estão na sala esperando para iniciar a reunião”, trocar por “a comissão da diretoria já está na sala esperando para iniciar a reunião”.

“Quando nós falamos ‘precisamos incluir as diferenças’, diferenças de quê? Com quem nós estamos comparando?” (Ivone Santana)

Ivone iniciou sua fala problematizando a institucionalização das pessoas com deficiência, pois muitas vezes este processo vem carregado de segregação, violência e maus tratos. A inclusão deve ser efetuada com o devido letramento dos demais. “Qualquer pessoa pode se tornar uma pessoa com deficiência”, completou.

Também compartilhou um relato pessoal, quando contratou um colaborador que possuía apenas 5% da visão de um olho para uma vaga de fotógrafo e editor de texto. Ela providenciou os recursos para a acessibilidade e o colaborador conseguia entregar as demandas no mesmo padrão de qualidade que os demais, por isto, não podemos pré-julgar.

Ivone também ressaltou que possui um Guia de Comunicação Inclusiva e Acessível para pessoas com deficiência que pode ser acessado gratuitamente.

Como sensibilizar o público?

Esta foi a primeira pergunta feita ao abrir espaço para o público. Pri apontou para o problema da falta de letramento de algumas pessoas que estão à frente das corporações. “Mas aí, temos outro problema. Nós não temos um senso comum de profissionais, há pessoas que ensinam a expressão ‘portadores de diversidades especiais’ ao invés de deficientes”, informa Pri, que conclui citando a frase de Grada Kilomba: “Racismo é um trauma social e histórico, cujo processo de enfrentamento passa pelas seguintes fases: negação, culpa, vergonha, reconhecimento e reparação”

Ivone chamou a atenção para a forma que a sensibilização deve ser trabalhada. “Não é todo mundo que é negro, inclusive, que se sente à vontade para falar sobre racismo. É como chamar uma pessoa com deficiência para contar a sua história de superação, isso é terrível”, disse ela, ao reforçar que a sensibilização não precisa possuir um olhar de piedade.

Quando o debate aborda o tema de violência, Ivone faz a provocação:

“Quando olhamos a violência, podemos pensar que não praticamos. Mas, será que praticamos o antídoto da violência?”

 

No final da Roda de Diálogo, Ivone agradeceu a oportunidade de fala e informa que está à disposição para tirar dúvidas nas redes sociais. Pri também agradeceu e fez o convite para a participação na Marcha de Orgulho Trans, que ocorrerá de forma online em virtude da Covid-19. O evento ocorrerá nos dias 04. 11, 18 e 25 de junho.

 

Por: Lucas Costa Souza, do Instituto Ethos

Foto: Freepik

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