NOTÍCIAS

Direitos Humanos
Institucional
Gestao Responsavel
Integridade
Ambiental

CONFERÊNCIA ETHOS

Conferência Ethos 2020 completa 19 semanas de atividades

Natura e Hydro ofereceram debates nessa quinta, 19/11

20/11/2020

Compartilhar

Soluções simples e respostas complexas, discussões teóricas, exemplos de técnicas já empregadas, de posicionamentos e de boas práticas fizeram parte dos debates dos painéis da 19º semana da Conferência Ethos 2020.

Nessa semana, a Natura ofereceu um painel que procurou responder uma questão essencial: como ampliar a escala de soluções para manter a floresta em pé?; a Hydro mostrou estar à frente da inovação e do futuro da gestão dos rejeitos na indústria de alumínio; e a Transparência Internacional e a OCDE debateram os novos rumos da agenda anticorrupção nesse momento crítico de crise e pandemia.

Confira abaixo um resumo do que os nossos convidados expuseram durante as discussões:

16h10 – Natura oferece: Como ampliar a escala de soluções para manter a floresta em pé?

Denise Hills, diretora Global de Sustentabilidade da Natura, foi quem moderou a conversa e deu o tom do que estava por vir: “Vamos falar sobre como promover o diálogo sobre a perda da biodiversidade no Brasil, que implica na redução da capacidade da natureza de produzir bem-estar e, cada vez mais, sustentar os modos de vida dos povos originários, além de ameaçar a competitividade econômica.”

A representante da Natura, apresentou os palestrantes e completou os convidando para o debate: “Nosso objetivo é discutir os impactos e apresentar soluções com vários pontos de vista de como ampliar as escalas dessas soluções para manter a floresta em pé.”

Nesse sentido, Adriana Lima, técnica em Meio Ambiente e sócia-fundadora e associada ao Movimento de Mulheres das Ilhas de Belém (MMIB), trouxe alguns exemplos locais de como a sua associação trabalha para preservar a biodiversidade da região e os principais desafios que encontram. “Temos uma invasão populacional muito grande, que afeta a comunidade e a natureza. As pessoas querem usar o território, mas não querem cuidar. Precisamos de um turismo responsável para proteger nossa biodiversidade. Temos uma parceria com a Natura em que conseguimos ter um outro olhar de preservação da natureza e cuidado com a terra que a gente não tinha antes. São coisas pequenas que conseguimos desenvolver localmente, mas que têm um bom resultado e são bons exemplos a serem replicados em outros lugares.”

O diretor de Sustentabilidade e Comunicação da Marfrig América do Sul, Paulo Pianez, trouxe exemplos de como sua empresa atua nas comunidades para conciliar produção e preservação ambiental, ressaltou a importância de olhar para a cadeia de valor e os ganhos que isso acarreta para o Brasil no mercado. “Isso tudo se bem arranjado traz um diferencial para o Brasil enquanto um grande produtor de commodities agrícolas. Esse é um dos mecanismos mais potentes que o Brasil tem para mostrar que é possível ter uma bioeconomia produtiva e que atenda as questões sociais que o país tem. E, ao mesmo tempo, mostrar que comprar esses produtos do Brasil faz com que toda a cadeia tenha o melhor nível de renda possível e uma vida mais digna para as pessoas envolvidas, além da preservação urgente dos nossos biomas.”

“Por que esses bons exemplos não ganham escala? Por que esses negócios viáveis e lucrativos não prevalecem em um bioma como a Amazônia? Essa talvez seja a maior agonia”, foi como Caetano Scannavino, coordenador do Projeto Saúde & Alegria, começou a sua fala.

Caetano falou sobre o cenário positivo do ponto de vista econômico e ambiental que a preservação da Amazônia representa e como o governo precisa estar atento a isso, deixando uma mensagem de esperança, apesar dos desafios impostos atualmente: “Essas comunidades precisam receber a devida ação protetiva do governo para o bem-estar, para direitos e para o que eles prestam de serviço para o mundo como um todo. Vejo um futuro promissor, por incrível que pareça.”

“Acho engraçado quando falamos em proteger a Amazônia, porque é a biodiversidade e todo esse ecossistema que nos protege, nossa vida é interdependente e absolutamente dependente desse ecossistema. Precisamos pensar que o futuro depende das escolhas que fazemos e precisamos privilegiar escolhas que façam com que tenhamos cada vez mais empresas e pessoas como as que vemos aqui, para criar esse movimento na sociedade”, analisou Denise em sua fala final.

17h30 – Hydro oferece: Inovação e o futuro da gestão dos rejeitos na indústria de alumínio

“Vamos fazer uma reflexão sobre o futuro da gestão dos rejeitos na indústria do alumínio. Como conduzir esses processos de forma sustentável?”, questionou Marina Ferro, gerente-executiva do Instituto Ethos, aos participantes da atividade: Domingos Campos, diretor de Sustentabilidade da Hydro, Raphael Costa, head de Tecnologia da Hydro, e Saulo Ribeiro, doutor em Geotecnia e diretor da GeoFast.

Domingos ressaltou a preocupação da Hydro com a sustentabilidade e com a excelência com base em pesquisas em sua atuação. “Minha área desenvolveu sua estratégia de sustentabilidade, que é fundamentada na excelência operacional. Somos uma empresa que preza pela excelência operacional, assim como uma empresa que preza por uma produção livre de acidentes e sem impactos ambientais. Outro aspecto relevante é a redução da pegada (ambiental), e isso não pode ser feito sem estarmos calçados em pesquisa e desenvolvimento.”

Em seguida, Raphael apresentou exemplos práticos de ações de iniciativas de alto impacto em termos da redução da pegada ambiental da Hydro relacionados a gestão de rejeitos e falou sobre a tecnologia Tailing Dry Backfill. “Essa tecnologia é uma coisa que muda a história e o caminho da indústria em termos de gestão de rejeitos. Ela elimina a necessidade de construção de grandes barragens para estocagem permanente de rejeitos. A tecnologia precisa de uma área pequena de secagem natural solar antes do retorno do rejeito para as áreas mineradas.”

Saulo trouxe uma abordagem do ponto de vista da pesquisa e analisou as soluções apresentadas pela Hydro: “A visão desse processo é que a tecnologia é perfeita, é uma ideia segura em todos os processos e minimiza a pegada ambiental, que é a área de projeção da planta industrial de disposição dos rejeitos. (…) Em termos de segurança e características das técnicas desse tipo de obra que a Hydro vem desenvolvendo, é extremamente mais seguro do que as barragens tradicionais de uma maneira geral.”

18h40 – Os novos rumos da agenda anticorrupção no momento crítico de crise e pandemia

O cenário atual da agenda anticorrupção no Brasil foi apresentado pela coordenadora de Projetos de Integridade do Instituto Ethos, Paula Oda, que guiou as discussões da atividade. “Grandes melhorias aconteceram na agenda anticorrupção, mas, nos últimos 2 ou 3 anos, houve uma ruptura na agenda, especialmente na última corrida eleitoral. No mesmo período também tivemos mudanças nas instituições responsáveis por lutar contra a corrupção.”

O presidente do Grupo de Trabalho da OCDE sobre Suborno em Transações Comerciais Internacionais, Drago Kos, abordou, em sua fala, algumas correlações entre a corrupção, a pandemia e o papel da mídia nesse sentido: “A mídia tem um papel muito importante durante a pandemia para informar as pessoas e as medidas do governo, mas é importante que ela forneça informações verdadeiras. Temos que tomar cuidado para que as fake news não cheguem para o público. Não estou falando de notícias estranhas, mas notícias falsas que, às vezes, vêm do próprio governo. A mídia tem uma responsabilidade especial nesse sentido e nem sempre os políticos vão ficar contentes.”

“A Transparência Internacional lembra que, de tempos em tempos, o discurso de anticorrupção é sequestrado por populistas e forças políticas autoritárias. Infelizmente, é isso que estamos passando agora no nosso país”, ressaltou Bruno Brandão, diretor executivo da Transparência Internacional no Brasil, ao analisar o cenário delicado em que estamos. E, também destacou a importância da mídia nesse sentido: “É preocupante a redução do espaço cívico, a hostilidade com as organizações da sociedade civil, ativistas e a mídia. Não tem nenhum país que tenha evoluído na luta contra a corrupção sem uma mídia livre.”

Para finalizar, Bruno revelou que, pelas características dos brasileiros, o país tem a possibilidade de destacar a agenda anticorrupção e realizar a transformações necessárias: “A gente pode dizer com segurança que o Brasil e a sociedade brasileira, no mundo todo, é uma das que mais acredita na luta contra a corrupção e na sua própria capacidade. Isso nos dá esperança em um processo de transformação duradoura contra a corrupção.”

Não conseguiu acompanhar esses debates? Está tudo salvo no nosso canal do YouTube, na playlist da Conferência Ethos 2020, para você acessar quando quiser.

Na próxima quinta, 26/11, a programação do evento continua.

Por: Laís Thomaz, do Instituto Ethos

Foto: Unsplash

Usamos cookies para que você possa ter uma boa experiência ao navegar.
Ao usar o site você concorda com o uso de cookies.
Para mais informações, por favor veja nossa Declaração de Privacidade.

CONTATO

© 2016-2021 Instituto Ethos - Todos os direitos reservados.

Usamos ResponsiveVoice - NonCommercial para converter texto para fala.