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Conferência Ethos analisa transversalidade da agenda ambiental

Especialistas dialogaram sobre como a corrupção afeta o meio ambiente

06/08/2021

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O mês de agostou começou e a Conferência Ethos 360º continua sua jornada em prol da promoção de diálogos aprofundados em torno da responsabilidade social empresarial. Para iniciar o mês, a Conferência preparou painéis que tratam da intersecionalidade das agendas de meio ambiente, direitos humanos, integridade e gestão sustentável.

Os especialistas participantes dos painéis têm sido claros ao afirmar que as agendas se relacionam em cadeia. Com efeito, as análises em torno dos problemas tratados pela Conferência são efetuadas sob um olhar macro, seja para minimizar impactos negativos, ou para a assertividade de ações afirmativas.

Os diálogos estão disponíveis no canal do Instituto Ethos no YouTube.

Confira alguns dos destaques da semana:

O enfraquecimento das fiscalizações ambientais

 

Melina Risso

Assista ao painel

Melina Risso, diretora de programas do Instituto Igarapé, falou a respeito das implicações do enfraquecimento das fiscalizações ambientais e quais passos devem ser dados a fim de diminuir a criminalidade nessa área.

A diretora contou que, desde 2018, o Instituto Igarapé tem se dedicado a entender melhor a dinâmica dos crimes ambientais, especialmente, na bacia amazônica. Nesse sentido, a fiscalização ambiental desempenha um papel central durante o processo.

Durante o painel, foi apontada a preocupação com o desmatamento, visto que esta é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa no Brasil. “Os estudos mais recentes mostram que estamos perto de um ponto de inflexão que pode transformar nossa floresta em uma savana, com grandes implicações mundiais”, explicou Melina.

A especialista acentuou que não basta atuar na repressão, é preciso que sejam tomadas, em conjunto, medidas preventivas. “A prevenção na questão dos crimes ambientais passam por diferentes estratégias, que vão desde a destinação de terras não destinadas onde se concentra a maior taxa de desmatamento atual”, concluiu Risso.

 

Crise e desigualdade de gênero no Sul Global

 

Janet Macharia

Assista ao painel

O painel contou com a presença de Janet Kabeberi Macharia, chefe da Unidade de Proteções Sociais e de Gênero e conselheira sênior de Gênero da ONU, que iniciou o diálogo informando que a apresentação se concentraria no cenário de gênero dentro do contexto da Covid-19, na perspectiva do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente).

Janet explicou que a pandemia da Covid-19 trouxe delicados elos que demonstram que as pessoas e o planeta são uma única coisa. Com isso, surge o dever da unidade, e de reconstruir melhores chamadas para respostas criativas que coloquem os mais vulneráveis no centro da abordagem.

 

“Nosso objetivo é manter todos os compromissos de igualdade de gênero estabelecidos no Acordo de Paris, na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e no Marco de Sendai para Redução de Riscos de Desastres.”
Janet Kabeberi Macharia

 

Desse modo, a especialista fez uma provocação ressaltando a importância de realizarmos uma análise de gênero sobre quem está sendo mais impactado pelos efeitos da pandemia. “Agora, durante esta crise, as mulheres permaneceram na linha de frente”, conclui Janet.

A corrupção também destrói as florestas – um desafio complexo para o Brasil

 

Uniratan Cazetta, Laura Waisbich e Brenda Brito.

Assista ao painel

O painel que contou com a mediação de Paula Oda, coordenadora de Projetos de Integridade do Instituto Ethos, tratou sobre a transversalidade das agendas que a Conferência Ethos vem trabalhando ao longo dos meses.

Os diálogos se iniciaram contextualizando a situação da Amazônia atualmente. Houve um aumento expressivo do desmatamento desde 2019. “Infelizmente, já vimos, a partir dos dados de alerta, que não vamos ter redução do desmatamento na taxa anual”, revelou Brenda Brito, pesquisadora associada do Imazon. Brenda também ressaltou que o Brasil está caminhando na contramão do que deveria ser feito, caso o país tenha uma intenção real de reduzir o desmatamento.

 

“Vale ressaltar que a gente já sabe fazer isso, o Brasil é um exemplo a ser seguido. Entre 2004-2012, o país reduziu 80% do desmatamento.”
Brenda Brito

 

Laura Waisbich compartilhou o ponto de vista do Instituto Igarapé, em que atua como pesquisadora sênior. O Instituto parte da perspectiva de que o conjunto de crimes ambientais possui inter-relações com outras formas de criminalidade. “Partindo dessa constatação, a gente chega à corrupção, que possui distintas manifestações”, explicou a pesquisadora.

Em sua exposição, Waisbich listou três pontos de atenção sobre os meios em que a corrupção se prolifera.

 

  1. Corrupção de servidores públicos;
  2. Autoridades políticas locais e nacionais;
  3. Corrupção normativa (esforço conjugado para realizar mudanças legislativas ou infralegais).

 

Por fim, Ubiratan Cazetta, procurador regional da República e presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, complementou a fala de Laura ao indicar que há uma percepção geral de que os crimes ambientais não são relevantes, e que esse raciocínio interfere diretamente na estrutura das investigações. “Se nós olharmos os esforços da polícia federal, por exemplo, à repressão ao tráfico de drogas na Amazônia, e ao tráfico de qualquer questão ambiental, vai ficar claro que os esforços para a investigação de crimes ambientais é muito menor do que se tem em crimes previdenciários”.

Conferência Ethos

Acompanhe as discussões completas da Conferência Ethos através do canal do Instituto Ethos no YouTube e consulte a programação pelo site oficial.

Por: Lucas Costa Souza, do Instituto Ethos

Foto: Pexels

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